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Oprich - "Birdless Heavens" Review


Há algo nas bandas folk que usam bateria programada com um som maquinal que irrita profundamente. Mais irrita se torna quando se verifica que não é uma one man band, em que o pobre coitado responsável por tudo não tem outra alternativa senão recorrer à bateria programada. É o caso dos russos Oprich, que são uma banda com cinco membros, mas que o que mostram são sete temas de som marcadamente artificial e que apenas em certos momentos conseguem soar orgânicos, como no início da "The First Wintry Touches".

O único elemento realmente orgânico é mesmo a flauta, cuja sonoridade torna-se cansativa logo à primeira música. As letras em russo também não ajudam a que haja uma identificação por parte do ouvinte ou pelo menos que haja um contágio saudável que permite que as músicas se tornem reconhecíveis à primeira audição - já nem exigindo que elas se tornem empolgantes, não sendo para isso forçosamente necessário que se tenha elementos de um folk mais festivo. As vozes de Yaromir e de Pan (que toca flauta também - a sério!) têm grandes responsabilidades nisto. A voz típica das propostas de leste no que ao estilo diz respeito, o que não é um grande factor atractivo.

Acaba por ser um segundo trabalho que fica um pouco aquém das expectativas que pudessem ter sido geradas e que terá o seu sucesso na zona local mas que dificilmente conseguirá ultrapassar as fronteiras e chegar à Europa ou ao resto do mundo e ter um impacto significativo. Alguma coisa terá mesmo que mudar.
 
Nota: 4/10

Review por Fernando Ferreira