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Rust N'Rage - "Showdown" Review


Já muito se tem falado por aqui do movimento retro que assola a música pesada, sendo que um dos géneros que parece estar em alta novamente é o do hard rock, nas suas variadas vertentes, sendo uma delas o género mais glam e sleazy. Tal como foi dito antes por incontáveis vezes, o estilo do hard rock sofreu a machadada fatal com o grunge/rock alternativo mas verdade seja dita, essa machadada foi merecida e até necessária, já que o estilo tinha-se encurralado a si próprio num canto criativo. Foi necessário desaparecer (não por completo) para depois ressurgir mais forte. Não quererá isto dizer que "Showdown" é o álbum que levará a essa reaparição, até porque dificilmente o que se passou nos anos oitenta volta a acontecer. E este álbum não reinventa o género. Nem é esse o seu propósito, tão pouco.

Os Rust N'Rage são oriundos da Finlândia e apresentam um álbum que parece que veio directamente de Los Angeles. No entanto, apesar dos finlandeses aqui não apresentaram o som polido que é costume as bandas do seu pais mostrarem, a qualidade do álbum não sofre com isso. Pelo contrário, ganha raça e alma e sobretudo uma dinâmica inesperada e adicional ao seu hard rock, um certo feeling heavy metal. Ou direi de NWOBHM, dando um travo bem agradável a estas onze músicas que circulam entre o hard e o heavy. Apenas um pequeno pormenor não convence por completo e esse pormenor é a voz de Vince, que não sendo má, não é forte o suficiente para levar a banda a patamar mais elevado.

Conforme o álbum chega à segunda metade, ali por volta de "Hit The Ground", começa a perder algum do fulgor inicial e a entrar um pouco em modo loop amnésico - ou seja, ouve-se, fica-se com a sensação de que já se ouviu algures, não se sabe onde mas nem interessa muito pensar nisso porque a música não cativa por aí além. Bom feeling, grandes solos e um espírito autêntico de amor à (sua) camisola, é o que transpira por aqui. O problema é que, com a oferta que se tem hoje em dia, estes quase cinquenta minutos acabam por soar a pouco em comparação com a concorrência. Espera-se que num segundo álbum as coisas ainda se tornem mais interessantes. Para álbm de estreia, não está mau de todo.


Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira