Os alemães Long Distance Calling, uma das mais interessantes bandas de post rock (praticamente) instrumental está de volta, com o seu 4º disco The Flood Inside, após o consagrado Avoid The Light e do disco homónimo, que veio como que resfriar um pouco todo o hype conseguido anteriormente.
Para esta nova experiência o quinteto apoia-se numa enorme vontade em querer mostrar a sua diversidade e rejeição de qualquer tipo de estagnação, trazem-nos algumas mudanças, desde logo a mais significativa de todas, com o abandono de um dos membros fundadores, o teclista/programador Reimut von Bonn e entrada de Martin “Marsen” Fischer (Pigeon Toe, ex-Fear My Thoughts). Com isto não só os Long Distance Calling ganham uma nova identidade nessa área, como adquirem também um vocalista permanente, aumentando assim a quantidade de vocalizações, quando comparando com os discos anteriores. Mas para além do referido Marsen, é preciso não esquecer que por norma o colectivo gosta de se fazer rodear de vocalistas, bem como músicos convidados, e desta vez o destaque vai para o duo Petter Carlsen e Vincent Cavanagh (Anathema) que vocalizam de forma exímia o sublime tema Welcome Change, cuja atmosfera soa algo equidistante com o resto do disco.
Quando finalmente se percebe a totalidade do disco não deixa de se louvar esta mudança de mentalidade na escrita dos Long Distance Calling, pois esta nova adição no campo vocal dá-lhes uma personalidade um pouco mais vincada, ainda que as influências de God Is An Astronaut e até mesmo Isis se mantenham aqui e ali. Mas os Long Distance Calling são e sempre serão uma banda cuja génese esta moldada para a criação de longos temas instrumentais. Ao mesmo tempo que fazem uso do psicadelismo do prog ou debitam um solo floydiano como no primeiro tema Nucleus, também não descuram os build ups e texturas do post rock, e fazem-no de uma forma irrepreensível, mostrando que The Flood Inside poderá vir a ser um novo marco na carreira do colectivo como outrora Avoid the Light o foi. Poderá ser ainda algo prematuro fazer afirmações desse calibre, mas que The Flood Inside é um grande disco isso é.
Nota: 8.8/10
Review por António Salazar Antunes