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L.A. Guns - "Tango On Sunset Strip (Hollywood Forever)" Review


Os L.A. Guns são uma das bandas históricas do glam/hard rock americano, com a sua origem a cruzar-se com a dos Guns N'Roses (já que Tracii Guns foi um dos membros fundadores). Tal como muitas das bandas do género, os anos noventa foram uma travessia no deserto e, embora com a mudança do século tenha ressurgido o interesse no género, o mesmo nunca assumiu a importância que teve nos idos anos oitenta. Nessa altura, inícios do novo século, Tracii Guns colocou a sua banda de sempre de parte para se concentrar no projecto The Brides Of Destruction com Nikki Sixx dos Mötley Crüe, tendo isso sido entendio pelos restantes membros um abandono embora o mesmo continue a afirmar que nunca abandonou a banda e esta continou sem ele.

Guns fundou a banda The Tracii Guns Band com ex-membros dos L.A. Guns, depois de pôr os Brides Of Destruction de parte e acabou por mudar mesmo o nome para L.A. Guns, já que é ele que detém os direitos para o nome, tal como Steve Riley, baterista da antiga versão da banda que Tracii tinha deixado anos antes, ficando assim as duas bandas com a mesma designação, até ao ano passado. Em 2012 Tracii Guns acabou com a sua versão da banda, ficando apenas a banda de Steve Riley e Phil Lewis, o vocalista.

É dessa versão que temos aqui o último álbum, reeditado agora pela Collector's Dream Records, especializada em ir buscar coisas que não lembram ao diabo. E esta é uma delas. Porque raio a editora pega num álbum lançado o ano passado, altera-lhe o título (o álbum chama-se apenas "Hollywood Forever"), a capa e o apresenta como sendo um produto novo? Parece ser o lema da editora, não muito honesto porque pode levar muitos fãs da banda (que ainda os deve haver) ao engodo de pensar que se trata de um álbum novo.

De qualquer forma, considerações históricas e morais à parte, "Tango On Sunset Strip (Hollywood Forever)" é um belo álbum de hard rock, à altura do passado histórico da banda. Por um lado "Hollywood Forever", Dirty Black Window" "Eel Pie" mexem bem o ouvinte, a rockar na medida certa, e por outro "Underneath The Sun", "You Better Not Love Me" e "Sweet Mystery" na vertente mais baladeira e romântico sem atingir níveis de azeitice prejudiciais à saúde. Até a hilariante "Arana Negra (Black Spider)", toda cantada em castelhano, resulta em pleno.

O álbum em si é muito bom, e é isso que se está a avaliar aqui - a música que deve falar mais alto que tudo o resto. Atitude da editora, nem por isso. No entanto, poderá ter um efeito positivo e desta forma chegar a mais pessoas. Se assim for, a redenção fica mais próxima.


Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira