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Finntroll - "Blodsvept" Review


Já com uma boa porrada de anos nestas andanças, os Finntroll sempre se perfilaram como uma das propostas mais interessantes do chamado Folk Metal escandinavo, muito por causa de uma certa aura de demência e peso extra que emana da sua música, em contraponto com o excesso de festividade de muitos dos seus conterrâneos. O que não quer dizer que a música dos Finntroll não tenha o seu quê de entretenimento. Afinal de contas falamos de trolls, e já se sabe que troll que se preze é feio, porco, mau e meio apalhaçado e Blodsvept, o seu sexto trabalho não é estranho a esses atributos.

Quando lemos o próprio Trollhorn (guitarras e teclas) afirmar que Blodsvept é um retrocesso, devido à produção mais crua, espelha bem o espírito da banda, que está mais interessada em se divertir (de uma forma puramente cavernosa entenda-se) do que tentar conquistar o mundo. E de facto assim o parece, o black metal está cada vez mais presente, e quando combinado com aquela espécie de folk circense a que os finlandeses carinhosamente apelidam de Humppa, o resultado então é algo único, incrivelmente caricato, mas estranhamente apelativo.

De repente num tema como Skogsdotter, uma dança trollica precede um riff que bem poderia estar incluído num qualquer disco de black metal norueguês, alias Midvinterdraken, a fechar o disco, é bem exemplificativo do quão importante é esta última influência e claro, não esquecer que a componente lírica de Finntroll também tem a sua quota-parte de blasfémias, vomitadas em tributo aos cristãos que outrora invadiram a Escandinávia. Juntando a isso, o espírito épico da música dos Finntroll continua também ele inalienável, de tal forma que se Tolkien fosse vivo, ao ouvir Ett Folk Förbannat e Mordminnen não tardaria em escrever mais um conto do seu fantástico mundo da Terra Média dedicado apenas a esses míticos monstros tão mal vistos e incompreendidos, e que bela narrativa sería.

A verdade é que a banda se encontra em excelente forma, e Blodsvept, é um disco que acima de tudo entretém o ouvinte, para além de estar recheado de boas malhas, algumas mais esotéricas que as outras, mas isto já se sabe, ouvir Blodsvept (ou qualquer disco de Finntroll diga-se) é como ouvir Turisas sob o efeito de ácidos.

Nota: 8/10

Review por António Salazar Antunes