Quem esteja familiarizado com o underground nacional já deve conhecer os Cryptor Morbious Family, seja pelo nome peculiar ou pelo facto de já andarem por aí há uns bons anos e terem uma boa presença em palco. E é por neste ano de 2013 a banda comemorar 8 anos de actividade que lançaram “Saint Eyes Hide Revenge” – uma compilação de temas não lançados desde a sua estreia em 2006 até ao EP “Collective Syndrome”, de 2010, como se pode ver pela capa, a qual é uma mistura da do primeiro EP com a do primeiro álbum.
As três primeiras faixas datam de 2006, do EP de estreia “All Of Us Got A Killer Inside”, sendo que duas delas surgiram no single do ano seguinte “Painful Rebirth”, e a sonoridade aqui é de um thrash/death metal bastante simplista com uma fraca tentativa de experimentalismo em “Slowly We All Gonna Die”. Mais à frente podemos encontrar um tema semelhante a este, mas muito mais sólido e onde se pode já identificar a sonoridade mais industrial que actualmente caracteriza a banda: “We’re All Numbers And Codes”, o qual, juntamente com o interessante “Maniac”, compõem os B-sides do seu álbum de estreia “Hypnotic Way To Hurt”. Ambos estes temas acabaram por ter uma versão no EP “Collective Syndrome”, no ano de 2010, conjuntamente com “Waltz Of Pain”. Este EP termina com um remix de “Collective Syndrome” por Daniel Erlandsson, o baterista de Arch Enemy, o que não é propriamente uma novidade, pois este remix já existia como conclusão do EP anterior.
Como deu para ver, não há aqui grandes novidades, mesmo sendo “Saint Eyes Hide Revenge” composto por temas que, na sua maioria, não saíram na altura em que foram gravados, contudo acabaram por sair algum tempo mais tarde, o que faz deste EP um lançamento despretensioso; um artigo para coleccionadores e para quem acompanha o grupo de Grândola desde o começo, pois aqui está uma breve história da evolução dos Cryptor Morbious Family em 8 anos de carreira. Uma evolução que verá este ano de 2013 um novo capítulo sendo que a banda está em gravações para o próximo álbum de originais.
Nota: 7.3/10
Review por Tiago Neves