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Berkowitz - "Sent To Dominate" Review


A explosão do riff inicial de "Endurance" coloca logo o ouvinte em sentido. Com um equilíbrio conseguido entre o death metal oldschool, o death metal melódico (pensar nas bandas de Gotenburgo) e o black metal, juntando uma pitada de groove (no bom sentido da palavra) e de boas dinâmicas a mid tempo, tem-se "Sent To Dominate", quarenta minutos de som potente. De tal forma. que nada leva a crer de que se trata de mais uma one man band, sendo que, Unas, o mentor do projecto, canta e toca baterias, deixando as guitarras aqui no álbum para Nikita Kamprad (que também fez o mesmo no álbum de estreia).

É esta mistura, que faz com que este álbum seja refrescante, mesmo num género que já mostrou tudo, em que tudo já foi feito, visto e ouvido. O que interessa aqui não é a generalidade e sim a força das composições. Desde os leads melancólicos de "Dictate Destruction", passando pela brutalidade non stop de "Zehntausenddreihunderfünfzehn" (que deve ser a maior palavra do mundo!),  sem dispensar a melodia melancólica e que resulta em cheio. O problema (que não o chega a ser verdadeiramente) é que depois percebida que é esta a fórmula, o álbum não traz mais surpresas, o que pode provocar um certo cansaço no ouvinte, se este realmente queria algo além de que death/black metal. A faixa "Defects" é aquela que pode causar mais cansaço no ouvinte, com os seus oito minutos de duração.

Mesmo para esses que possam sentir cansaço, não o sentirão em faixas como "Second Class Human Being", sendo que é a música mais dinâmica de todo o álbum, nem na instrumental Fran Helvetet, outro dos pontos altos do disco. A produção favorece o trabalho, baixo presente, guitarras com uma boa definição e leads que são de bom gosto, mas o maior ponto de destaque é mesmo a bateria, que está possante, técnica e poderosa, despejando blastbeats quando necessário, mas sabendo também marcar o ritmo quando o pé é retirado do acelerador. De salientar também a mensagem lírica, com consciência social, que também é um dos pontos de interesse - e não deixa de ser surpreendente para os consumidores de death/black metal (sendo que aqui o black surge apenas na forma e não no conteúdo). Uma boa surpresa para quem não os conhecia e um bom álbum para os fãs de música extrema com melodias que não lhe retiram uma grama de peso ao resultado final.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira