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Hanging Garden - "At Every Door" Review


Das gélidas paisagens da Finlândia chegam-nos os Hanging Garden, um interessante colectivo, com um daqueles dons naturais para fazer música triste e atmosférica.

Como tal, não é de estranhar que o seu primeiro disco, Inherit The Eden tenha mostrado uns Hanging Garden bem doom death, muito na onda de Swallow the Sun e afins. Dois anos depois, em TEOTWAWKI incorrem em algo substancialmente diferente, procurando desta vez criar longas e belas divagações atmosféricas post-rock, na maioria das vezes arruinadas pelo peculiar registo semi-gritado, empregue pelo vocalista Ari Nieminen. Resultado disso, ou não, a banda lá mandou embora o vocalista, recrutando para o seu lugar Toni Toivonen (Clockwork Spirit).

Para este novo disco, At Every Door, os Hanging Garden voltam a baralhar-nos as contas, apresentando uma sonoridade mais dinâmica, recuperando algum do doom death do primeiro disco, a começar pelo uso de vozes grunhidas e cleans, mas não se limitando a isso.

Wormwood, por exemplo traz a memória um pouco de Sisters of Mercy, seja pela voz melódica, ou pela atmosfera gótica que exala. Ashes and Dust e a faixa titulo por seu lado mostram alguma vontade por parte da banda, em explorar ambientes mais psicadélicos, através do uso de teclados a fazer lembrar os anos 70.

Embora a banda atinja os seus objectivos principais, conseguindo escrever canções cheias de sentimento, At Every Door fica um pouco aquém dos discos anteriores. É que pese embora seja bastante mais maduro, não deixa de ser também mais monótono, mesmo com as derivações atrás referidas, pois quando é preciso escrever temas capazes de cativar na sua totalidade, a banda falha, com alguns momentos a darem a ideia de serem mais longos do que realmente são, e quando assim é, não é bom sinal.

No fundo é como se com At Every Door, os Hanging Garden quisessem fazer um híbrido entre os dois discos anteriores, sem conseguir convergir o melhor de cada um deles.

Nota: 6.8/10

Review por António Salazar Antunes