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God Seed - "I Begin" Review


Depois de toda a confusão legal à volta dos Gorgoroth, onde os direitos ao nome da banda foram disputados nos tribunais, contenda essa que opôs Infernus de um lado e Gaahl e King Ov Hell de outro. Infernus ganhou e os Gorgoroth continuaram editando um álbum de originais em 2009, "Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt", e regravando o álbum de 1997, "Under The Sign Of Hell", em 2011. Os outros dois formaram os God Seed em 2009, logo a seguir à decisão do tribunal. O álbum que ambos pretendiam lançar sobre o nome de Gorgoroth (e mais tarde sobre o nome de God Seed) acabou por ser lançado por outro projecto. Após Gaahl afirmar a sua intenção de se "reformar", King pegou nas músicas e criou os Ov Hell, tendo Shagrath, dos Dimmu Borgir como vocalista.

Os God Seed reuniram-se em 2012, com o regresso de Ghaal e este "I Begin" é o seu testemunho. Algo bastante diferente na forma daquilo que é o passado dos Gorgoroth, demonstrando uma vontade de ir mais além do que fazer o mesmo que fizeram no passado. Claro que continuamos ter black metal, mas a verdade é que há um certo ambiente experimental por trás, que até faixas mais directas como a "Awake" que abre o álbum, não consegue disfarçar - e o melhor é que esse experimentalismo faz com que tudo se torne mais viciante.

Há, no entanto, uma certa semelhança entre em termos de estrutura com os melhores momentos do passado dos Gorgorth e algumas músicas - "This From The Past" é um bom exemplo. Por outro lado também temos faixas como "Alt Liv" que são viciantes, tendo um certo groove hipnótico que não queremos largar. É assim composto "I Begin", abordagem mais tradicional - que mesmo assim tem sempre o pormenor das ambiências de teclado para fazer a diferença - "From The Running Of Blood", "Aldrande Tre" e "The Wound" - e por outro lado temos faixas com a componente mais experimental e com a tal certa dose de groove hipnótico - "Histu Dagar" é espantosa e a "Lit" é ameaçadora.

A única que parece deslocada é a "Bloodline" que finaliza o álbum. Uma peça ambiental, electrónica, que não traz muito, nem acrescenta nada de novo, perfeitamente dispensável. De qualquer forma, não belisca em nada a qualidade desta estreia e faz antecipar um grande futuro para este projecto, talvez um futuro mais brilhante do que aquele que se prevê para os Gorgoroth. 


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira