Já com uma respeitável carreira, ainda que com uma ou outra
oscilação de qualidade, os finlandeses Omnium Gatherum voltam em 2013 com
Beyond, o seu sexto disco de originais, após terem no ano passado lançado um
bastante bem recebido New World Shadows.
É curioso que apesar de já terem um som mais ou menos
identificável, ouvir um disco de Omnium Gatherum parece quase um mini quizz de
“identifique as influências”, o que em parte acaba por provar o quão
diversificado é o seu som. Isto porque para além do habitual triunvirato de
Gotemburgo, é indiscutível que existe uma grande recurso a atmosferas
carregadas ala Insomnium, e uma pujança nas guitarras muito na onda de Amon
Amarth.
Ouvir Beyond não se pode dizer que seja uma escuta muito
surpreendente. Agradável? Sem dúvida, mas no fundo não difere muito daquilo que
a banda nos tem presenciado quase desde o seu início. E pior que tudo, sofre do
mesmo problema que sempre pautou a carreira dos OG. Que me perdoem os fãs mais
acérrimos, mas os Omnium Gatherum notam alguma dificuldade em injectar a vida e
emoção necessárias a uma banda que tem a pretensão de fazer desses atributos,
as suas mais-valias.
Seja pela voz monótona do vocalista, ou pela produção, não
interessa, Beyond é um disco que sabe bem ouvir sim senhor, mas não é algo que
consiga agarrar o ouvinte de uma maneira mais intensa. O mais frustrante é que
os condimentos principais estão lá quase todos, bons riffs, solos e leads por
todo o lado, e a capacidade de fugir de estruturas mais convencionais,
alternando peso com momentos mais serenos. The New Dynamic e Living In Me,
acabam por ser os grandes pontos de referencia de um disco que sem duvida
funciona melhor quando ouvido de seguida.
Decerto que terá demasiado conteúdo para que funcione apenas
como música de fundo, mas fica também a ideia de que não é algo que valha a
pena investir demasiado tempo a descobri-lo…e daí talvez não, fica ao vosso
critério.
Nota: 7.2/10
Review por António Salazar Antunes