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Threshold - "March of Progress" Review

No metal progressivo, à parte dos nomes mais chorudos, existem bandas que passam mais despercebidas mas que mesmo assim conseguem forjar uma carreira de sucesso. É o caso dos Threshold, que com “March of Progress”, nos trazem o seu nono álbum de originais e com ele o regresso do vocalista original Damien Wilson.

O álbum inicia-se com “Ashes”, o primeiro single revelado pela banda e que possuí todas as qualidades para tal, riffs orelhudos misturados com atmosféricas linhas de sintetizador, aliadas a um refrão contagiante.

Depois das calorosas boas vindas, chega “Return of the Thought Police”, um tema com uma atmosfera mais soturna e pesada, mas que não deixa a melodia de parte, guiada e colmatada numa performance exímia de Damien Wilson que prova estar em excelente forma. Um disparar frenético de riffs inicia a curta “Staring at the Sun” que é um perfeito exemplo da harmonia sonora que os Treshold conseguem emular, conjugando peso e melodia de forma fluída e dinâmica.

Em “Liberty, Complacency, Dependency” temos uma faixa que á semelhança dos temas “Ashes” e “Return of The Thought Police” traz um enfoque mais político, o que parece resultar de forma bastante natural na componente lírica do colectivo britânico. É também digno de nota destacar este tema por ser dos melhores deste disco com um instrumental delicioso e perfeito a todos os níveis.

Em temas como “Colophon” e “The Hours” a banda foca-se mais no virtuosismo e em mostrar até onde as suas capacidades técnicas podem ir, usando e abusando proficientemente de solos de guitarra contagiantes e batalhas aguerridas entre guitarras e teclados este certamente serão temas que irão agradar os fãs do lado mais técnico da banda.

Já na recta final, chega mais um dos trunfos deste registo, “Don’t Look Down” é um tema onde a performance vocal de Damien Wilson roça a perfeição, pois ele é daqueles vocalistas que consegue entusiasmar o ouvinte de tal maneira que o faz cantar a plenos pulmões. A encerrar este registo surge um mais um colosso sonoro, “Rubicon” é o tema mais longo deste álbum mas também é o tema que melhor sumariza tudo o que este simboliza e representa, englobando o melhor do que “March of Progress” apresenta.

Assim sendo este é um álbum que representa uma banda que sabe transmitir diferentes estados de alma, onde a emoção não se esvai no virtuosismo, muito pelo contrário este é um exemplo onde ambos aspectos andam de óptima maneira juntos.

Nota: 8.7/10

Review por Ruben Mineiro