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Nile - "At The Gate Of Sethu" Review


Quando uma banda chega ao topo das suas capacidades, quer instrumentais quer de composição, é difícil fazer melhor que o que tenham feito no passado. Daí que este novo disco dos Nile, “At The Gate Of Sethu”, seja um pouco mais do mesmo. Ao sétimo disco, a banda de Karl Sanders e Dallas Tower-Wade mostra novamente como fazer death metal de elevada qualidade, mas não apresenta nada de absolutamente genial.

Quando se tem na discografia álbuns como “Black Seeds of Vengeance”, “In Their Darkened Shrines” e principalmente “Annihilation Of The Wicked” (para muitos o melhor que os Nile fizeram até hoje), torna-se difícil competir com discos com essa qualidade musical superior. Mesmo os seguintes “Ityhpallic” e “Those Whom The Gods Detest”, apesar de serem bons álbuns, não conseguiram ombrear em termos de poderio e intensidade que os três anteriores. No entanto, uma coisa sempre ficou clara: os Nile estão na linha da frente no que diz respeito ao death metal mais brutal e técnico que se faz hoje em dia e o trio Sanders/Wade/ Kollias são dos músicos mais tecnicamente evoluídos existentes hoje em dia.

“At The Gate Of Sethu” é já o sétimo trabalho de originais de uma banda que vê como a sua missão ir sempre um pouco mais além que nos anteriores trabalhos, mas que ao fim de escutarmos este disco ficamos com aquela sensação que isso não foi conseguido. O que ouvimos aqui podia estar muito bem nos anteriores trabalhos mencionados e, tirando algumas partes mais inspiradas, o restante disco não trás nada de novo. Não que “At The Gate Of Sethu” seja um mau trabalho, muito pelo contrário, mas já não consegue provocar aquela sensação de espanto quando ouvimos “aquele” disco. Qualquer disco dos Nile bate sem problemas aquilo que a concorrência faz e hoje em dia são muito poucas as bandas que conseguem fazer melhor que eles.

Uma vez mais fortemente enraizado na cultura Egípcia, “At The Gates Of Sethu” é mais uma colecção de temas ferozes e brutais, onde as guitarras de Sanders e Wade soam ainda mais velozes e precisas e a mais um trabalho monstruoso de Kollias (digam o que quiserem, mas para mim é o melhor baterista de death metal a nível mundial. Ponto). É impossível ficar indiferente a malhas poderosas como “The Fiends Who Come To Steal The Magick Of The Deceased” e “The Inevitable Degradation Of Flesh” e à lentidão arrasadora de “The Gods Who Light Up The Sky At The Gate Of Sethu” só para citar alguns exemplos, mas vale a pena escutar todo o disco e tomar contacto com mais este trabalho dos Nile.

Uma vez mais produzido por Neil Kermon, a qualidade sonora global do disco não é mais perfeita, parecendo um som um pouco lamacento, mas que ao longo das audições nos parecem mais claras. No entanto, nada que possa beliscar a qualidade brutal e tecnicismo extremo desta banda.


 
Quase a completar vinte anos de carreira, “At The Gate Of Sethu” é mais um bom disco por parte de uma banda que ainda tem muito para dar a mundo do metal extremo. Um conselho: para quem não conhece o catálogo da banda, aconselha-se a sua audição. É uma experiência e tanto.


Nota: 8.3 / 10


Review por João Nascimento