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Hexen - "Being And Nothingness" Review

Os Hexen são uma banda de Los Angeles, USA, formados em 2003, contando na sua discografia já com 4 demos e um álbum, “State of Insurgency”, de 2008, o qual teve uma recepção mediana.

Neste “Being and Nothingness“ oferecem-nos cerca de 50 minutos de um Thrash Metal com uns laivos progressivos (e uns pós de “quase” Death Metal… vá, só mesmo quase!), que não há-de desgostar a fãs de Annihilator (sendo claramente essa a banda referência para os Hexen).

Se tivéssemos que definir este álbum pegando na sua característica mais expressiva, diríamos que este trabalho vive essencialmente das guitarras!

Nesse particular aspecto, existe aqui muito para explorar: veja-se o solo partilhado de “Walk as many, stand as one” (que momento verdadeiramente arrepiante), ou os vários leads que vão aparecendo no ópus de 14 minutos “Nocturne”, ou na carismática “Stream of Unconsciousness”, isto só para dar alguns exemplos.

Contudo, apesar da inegável mestria nas guitarras, não podemos deixar de sentir – com uma confessa pena - que acaba por ser um trabalho de certo modo limitado em todos os outros campos, sendo o mais evidente a voz (imaginem um vocalista de Death Metal que terá ficado afónico, e que mal recuperou um “dó-ré-mi” de cordas vocais, se lançou a gravar um álbum… e ficarão com uma ideia aproximada!).

Por outro lado, ainda que a produção consiga uma notável clarividência em todos os instrumentos, temos que reconhecer que lhe falta uma certa… pujança sonora!

De um álbum de Thrash, que nos dias de hoje se pretenda memorável, exige-se não menos que um murro sonoro no estômago, uma barreira de som que nos atinja bem em cheio no peito e nos force a um headbanging involuntário… de raiva, de vigor, de comunhão com a banda! E este “Being And Nothingness” perde inegavelmente nesse campo, como que soando “outdated” e vá… raquítico!

Por isso, seria injusto para os Hexen coloca-los numa corrida Thrash em 2012, quando tantos bólides se destacam e onde esta banda não tem suficientes atributos (nem em termos de canções memoráveis, nem em termos de “pedalada”).

Mas “A César o que é de César”, e é justo afirmar que em termos de domínio das guitarras, esta modesta banda de Los Angeles não se deixa acanhar quando comparada com os maiores leviatãs do género!!! E é essencialmente por isso que vale a pena escutar este álbum: é que quando menos esperamos, na mais banal das músicas, completamente desprovida de interesse, somos acordados por um brilhante momento de guitarra, que nos faz repensar tudo de novo e ter esperança que isto se transforme em algo mais.

Porém, infelizmente, após esses momentos de grande brilho… tudo volta a ficar mais baço e trivial.

Nota: 7.4/10

Review por Sérgio Carvalhais Correia