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Ex Deo - "Caligvla" Review

Olhando para a capa, nome da banda (e disco já agora), e ouvindo os primeiros momentos do tema inicial de Caligvla destes Ex Deo, não resta espaço para dúvidas, estamos na presença de autênticos nerds, fanáticos por toda a imagética e conceito do antigo sacro Império Romano. Contudo os seus integrantes não são mais que os canadianos Kataklysm, mais um tal de Jonathan Lefrancois-Leduc nos teclados e François Mongrain no baixo, que até costuma tocar com eles ao vivo. O que vistas bem as coisas, não chega a ser assim tão surpreendente, afinal de contas o conceito lírico dos Kataklysm sempre deambulou por temáticas ligadas à história bem como a conceitos bélicos, e se formos ver, haverá tema mais “metal” do que este? Até admira não havermais bandas assim.

Findas as apresentações, convém no entanto dizer que este é já o segundo disco do colectivo, que surge três anos após a estreia Romulus. Desta vez o conceito surge, como já devem ter adivinhado, à volta de Magus Caligula, um dos mais lunáticos e sangrentos imperadores de Roma.

À partida os primeiros sentimentos que surgem após a audição de I, Caligvla, como não poderia deixar de ser são o de pompa e teatralidade, ou seja muitos teclados, coros, e gritos de guerra, com o death metal cataclísmico a engrenar a máquina. No entanto tal pompa também serve para esconder muitas deficiências, e embora o disco até esteja bastante bem conseguido, é inegável que denota alguma inconsistência qualitativa do meio para o fim, isto para não falar da similaridade dos temas, o que não seria problema nenhum se o conceito do disco fosse outro. É que escrever um disco sobre Caligula, tendo em conta todo o seu perfil psicológico conhecido, quase que exigiria um toque mais ambicioso nas composições. Talvez não ao ponto do avant-garde, mas definitivamente menos linear do que o material que aqui apresentam.

Destaque para os dramatismos de Per Oculos Aquila, que por acaso até foi o tema de avanço e para Divide Et Impera, com a participação de vozes femininas no seu excelente refrão.

O disco perfeito para jogar God of War…ainda que em pontos históricos diferentes.

Nota: 7.5/10

Review por António Salazar Antunes