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Entrevista aos Nuklear Infektion

No passado dia 14 de Abril, eis que foi lançado para o panorama nacional o Ep da banda Nuklear Infektion, Weapons of Massive Genocide. A banda portuguesa que assenta num estilo de thrash metal veio ressuscitar o espírito old school, cujo legado foi traçado por bandas como Slayer, Megadeth e Testament, entre outras. Porém, desta vez, o thrash voltou a terras lusitanas e foi com estes “ thrashers “ nacionais que a Metal Imperium esteve à conversa.


M.I. – « Weapons of Massive Genocide » é a faixa-título do vosso Ep. O que é que procuraram trazer para o campo nacional com este trabalho?

Antes de mais obrigado pelo interesse! Desde o início que a nossa intenção foi trazer o Thrash Metal Old School de volta a um panorama underground cheio de interpretações pouco fiéis às raízes do género. Tentámos fazer com que cada faixa do EP fosse diferente da anterior, usando as nossas influências de bandas dos anos 80, como os Exodus, os Slayer ou os Sepultura, como referência principal. Obviamente que o nosso objectivo agora é criar uma identidade mais pessoal, mas não queremos de modo algum mudar de sonoridade. Estamos de momento a começar a compôr material novo para um futuro lançamento e sentimos que evoluímos bastante neste campo. Podemos assegurar que as nossas referências continuam as mesmas, simplesmente mais trabalhadas. Muita velocidade e agressividade, Thrash sem merdas!


M.I. – “ We’re on command “ foi o 1º single lançado do vosso Ep. O que aborda este tema?

O nosso hit de verão de 2011! (risos) A “We’re On Command” aborda o tema que infelizmente é um cliché hoje em dia… No dia-a-dia somos governados por actores que imobilizam o poder da humanidade, através de mentiras e de falsas expectativas que criam. Esta letra tanto refere isto, como… como hei de dizer? “Incentiva” a que as pessoas deixem de ser invisuais e mostrem mesmo que quem manda numa nação, é o seu povo.


M.I. – Porquê o nome “ Nuklear Infektion “ para a vossa banda? Há um conceito, uma mensagem por detrás do nome?

Sim, o nome é uma espécie duma metáfora que é basicamente: Nuklear é tudo o que corrói o mundo em que vivemos (hipocrisia, ganância, falsidade, etc.) e Infektion é para dar ênfase a essa ideia é mesmo a sublinhar o facto de a nossa sociedade ser denegrida por essas condições humanas. Mas tudo isto fica um bocado subentendido porque a cena foi mesmo o pessoal ter curtido o nome [risos]


M.I. - A vossa agenda até tem estado bastante preenchida ultimamente, sendo que até já abriram para os nacionais Prayers of Sanity e Havok, uma outra banda sensação do thrash atual. Que feedback têm tido até agora dos concertos que já deram?

Os últimos concertos têm sido mesmo espectaculares! A agenda tem estado de facto preenchida. Por exemplo, esses últimos concertos que referiste foram mesmo muito bons. Por outro lado, existe sempre este ou aquele concerto que correm, numa feliz expressão, “menos bem” (risos)… o nosso último concerto de 2011, na República da Música, por exemplo, foi um autêntico festim de cordas partidas… só vendo, porque contando ninguém acredita! (risos). Depois seguiu-se um intervalo para se compor e gravar o EP, e após essa pequena pausa, voltámos aos concertos; no Porto, em São Pedro do Sul, em Évora… e claro, em Lisboa! Juntando os factos, os últimos concertos têm sido mesmo melhores que os primeiros… embora os primeiros… sejam sempre os primeiros! Depois de uma pequena pausa para trabalhar material novo, voltámos agora no inicio de Setembro aos palcos, com um grande concerto na República da Música com Prayers of Sanity e Terror Empire, o qual podem ver na íntegra no Youtube. Dia 15 de Setembro voltamos à República da Música pela 4ª vez, mas pela primeira vez a encabeçar, no NUKE FEST, que conta também com a presença dos Impera, TxCxM e Dreadfire.


M.I. – E relativamente ao Ep, as críticas têm correspondido às vossas expectativas?

Mais ou menos... Quando lançámos o EP obviamente que estávamos à espera que o pessoal curtisse, mas também sabíamos que estávamos sujeitos a receber críticas menos boas. Curiosamente, apesar de não termos tido muitas reviews, chegaram críticas muito boas de blogs e zines dos Estados Unidos e a nível nacional também recebemos algumas críticas bastante positivas. Claro que nem todas são positivas, mas mesmo as criticas menos boas servem para nos ajudar a crescer de algum modo.


M.I. – No vosso estilo musical notam-se as influências de bandas de thrash old school. O vosso objectivo, enquanto banda, é recriar esse estilo e adicionar-lhe alguma identidade própria que permita serem distinguidos no panorama metálico nacional?

Exactamente! Não queremos reinventar a roda. O que queremos é fazer Thrash, como gostamos de ouvir e tocar! Seja ele mais influenciado pela simplicidade dos Metallica, ou pela técnica de uns Coroner, por exemplo… a regra aqui é: Thrash bom, mas sempre com um cunho pessoal.


M.I. - Já sentiram que, face à vossa juventude, que pode ser confundida com inexperiência, a opinião pública acerca do vosso trabalho tende a ser mais rigorosa?

Por vezes… Não se pode confundir “ter uma opinião mais rigorosa” com “deitar abaixo”. Quanto à primeira opção, tem o seu lado positivo… é como mais um desafio… e afinal, é isso o que separa as bandas jovens sem potencial, dos jovens com potencial. Queremos acreditar que pertencemos a este segundo grupo, e temos trabalhado arduamente para espalhar a nossa palavra e deixar quem nos ouve ou nos vê ao vivo, agradado com a prestação.


M.I. – Por fim, a pergunta típica (risos): Querem deixar alguma mensagem aos vossos fãs e todos aqueles que vos apoiam, bem como aos leitores da Metal Imperium?

Apoiem o panorama nacional que tantas cartas tem dado ultimamente cheio de bons lançamentos como o CD de Terror Empire e o de Prayers of Sanity e mesmo o EP de Calamity Islet, mas isto são só alguns exemplos de bom produto nacional que tem saído. Somos um país com grande potencial por isso apoiem os artistas nacionais! Fora isso, espreitem o nosso Facebook e o nosso canal do Youtube, e mais e melhores trabalhos virão! (risos)
THRASH!

Entrevista por Daniela Freitas