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Drudkh - "Eternal Turn Of The Wheel" Review

Com dez anos de uma carreira profícua em lançamentos, «Eternal Turn Of The Wheel» (a tradução para a sua língua de origem é ligeiramente complicada) é o nono e mais recente disco de originais dos ucranianos Drudkh, com a chancela da reputada Season of Mist. Em média, o colectivo liderado por Roman Saenko e Thurios, lança um trabalho por ano, mas após em 2010 terem deixado escapar um «Handful of Stars» menos apelativo, com a subjectividade que as generalizações acarretam, hibernaram em 2011 para reaparecerem agora com uma frescura e alma que pareciam ter os dias contados.

Tendo por base a história e poetas ucranianos para dar voz às suas composições, a banda presenteia os seus fiéis seguidores com uns curtos mas intensos 36 minutos, distribuídos por 1 pequena introdução e 4 temas mais épicos. Na sequência das boas-vindas dadas pelo sopro de um vento eterno que se ergue e exerce o seu domínio ao longo de «Eternal Turn Of The Wheel», e que adquire entretanto a forma de harmonias envolventes de guitarra, ergue-se a tremenda «Breath Of Cold Black Soil (March)» que se pode dividir em duas metades: uma primeira feroz e directa, e uma segunda num registo mais mid-tempo e experimental. E é num tom embebido desta dinâmica, e sempre com uns vocais ásperos e imponentes que o disco vai rodando. Mais à frente, enquanto as árvores choram a queda das folhas, surge «Farewell to Autumn's Sorrowful Birds (October)» que nos proporciona um início mais lento e acelera depois para momentos de impetuosa nostalgia. Por fim, a mãe natureza despede-se com a elegância com que havia chegado antes.

Numa discografia pautada por belos trabalhos, que lhes valeram a construção de um nome de respeito, a banda ressurge com nova dose de gelo depois de parecer aligeirar o seu som. Como um todo, não tem a magnitude de pesos pesados precoces como “Autumn Aurora” ou ainda “Blood in our Wells”, mas muitos momentos dignificam o seu passado, carecendo apenas de uma produção mais cavernosa. Fãs, à confiança: os Drudkh ainda respiram.

Nota: 7.6/10

Review por Carlos Fonte