About Me

Calamity Islet - "See The Colourless" Review

Na tropical ilha da Madeira, as pérolas , apesar de raras, são um material que existe. Os Calamity Islet são uma pérola estranha. Daquelas tortas, ou mais toscas, mas sem que isso toque no seu valor.

Este colectivo existe desde Janeiro de 2011, sob o nome de “Despondency”, posteriormente alterado para “Calamity Islet”, e abrange um vasto leque de texturas dentro da música mais pesada.

Até aqui, isto já é um argumento algo previsível não é? Bem… o que diferencia os Calamity Islet de muitas bandas da actualidade, é a vontade de fazer música que existe nestes cinco músicos. E não é o desejo de querer fazer algo novo. É mesmo fazer o que gostam. Agora, imaginem esse desejo, que “por acaso” soa como algo que “já ouvimos algures”, mas que simultaneamente resulta numa lufada de ar fresco para nos tirar do tédio que o Metal moderno na sua maioria atravessa.

Começando pela devoção que estes madeirenses têm aos Textures e a Michael Amott, e passando pelas várias piscadelas a diversos artistas (como é o caso de “Crest Of Humanity”, onde a familiaridade dos Gojira não consegue de forma alguma passar despercebida), o colectivo acaba por fazer música resultante num novo desafio para o panorama nacional.

Até podem existir bandas que queiram fazer algo novo, mas quando a intenção é desesperadamente a de inovar, é espectável que resulte nas habituais salganhadas que acabam por cortar qualquer ponta onde é possível que se pegue. O que chama a atenção é que a sonoridade dos Calamity Islet é bastante colada ao Death Metal e ás vozes limpas, mas é resultado de várias influências subentendidas que se misturam e resultam em algo coeso, bem estruturado e com uma ligação naturalíssima entre as músicas, provando que este problema “não lhes assiste”.

Sendo iniciantes nos lançamentos, é de louvar este conjunto de cinco faixas que dão a ideia de que nos deparamos com um mini-álbum conceitual, que só peca por um ou dois breakdowns menos bem empregues e pela… curta duração. Como os defeitos nem têm grande interferência com a qualidade do todo, é possível acreditar-se que “da próxima fica melhor”. Juntando tudo isto… 5 faixas? A sério…? Mandem é um álbum, que nós todos agradecemos! É justo chamar isto de quatro estrelas, com o brilho da quinta a uma distância curta. “See The Colourless” é provavelmente a revelação do ano dentro do Metal nacional!

Nota: 8.2/10

Review por Diogo Marques