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Vintersorg - "Orkan" Review

Vintersorg - Orkan
Embora tenha começado a carreira como um projecto com forte teor de folk, ao quarto álbum, “Visions From The Spiral Generator”, houve uma viragem (para alguns, algo brusca) para terrenos mais progressivos. Esse caminho continuou por mais um álbum, “Visions From The Spiral Generator” – os dois álbuns que tiveram o baixo assegurado por parte da lenda viva que é Steve DiGiorgio e foi apenas em 2007, com “Solens Rötter” que Vintersorg voltou a incorporar elementos mais folk, embora não fosse o tão desejado, pelos fãs mais antigos, regresso às origens.

É sabido que Vintersorg (o músico Andreas Hedlund, e não a banda, já que esta é composta por Vintersorg/Andreas Hedlund, que também acumula funções numa interminável quantidade de projectos, sendo o maior os Borknagar, e por Mattias Marklund que inicialmente participou como músico de sessão mas depois acabou por se tornar parte integral da banda) é um músico com a criatividade muito acima da média e que além de ter tiques de hiperactividade, tudo o que toca, normalmente transforma-se em ouro. Ou prata. Ou bronze, vá.

Depois do regresso com os Borknagar, e apenas um ano após do último álbum de originais (não foi mais cedo por falta de vontade da editora, aqui temos mais um álbum de originais, este reunindo ainda mais que o anterior tanto a faceta progressiva como o espírito folk (e não esquecendo os toques/tiques de Black Metal que ocasionalmente se ouvem em algumas vocalizações e riffs) tornando-se algo similar às propostas mais recentes dos Borknagar, semelhança algo perigosa para os menos pacientes. Para esses a melhor resposta é mesmo a qualidade evidente em músicas como “Istid” que abre o álbum de forma empolgante, ou a “Polarnatten” e a “Myren” com um groove sinfónico catchy como tudo, ou ainda os riffs viciantes de “Havets Nad” e “Norrskenssyner” que conforme são ouvidos, vão-se instalando sem pedir permissão.

O único problema, se é que é um problema, é que a certa altura, entre os últimos álbuns de Vintersorg e os de Borknagar, as diferenças são escassas analisando a um nível superficial. Será necessário então alguma paciência para mergulhar fundo em “Orkan” (que significa “furacão” em sueco) e conseguir apreciar por completo esta segunda parte da quadrilogia dedicada aos elementos. Não é fácil fazer esse caminho, mas depois de iniciado, vale a pena.

Nota: 8.5/10

Review por Fernando Ferreira