Os Testament não precisam de apresentações, ou pelo menos não deviam precisar de apresentações para qualquer fã de metal e mereciam ser um nome obrigatório quando o assunto é thrash metal. Isto porque, sucesso comercial à parte, os Testament são uma das bandas do género com discografia mais notável. Nem todos os seus álbuns podem ser considerados clássicos, há uns melhores do que outros como na carreira de qualquer banda, mas todos são no mínimo bons, ou muito bons. Não há nenhum St. Anger, Risk, ou Diabulus In Musica no catálogo dos Testament, por isso um novo disco do grupo significa qualidade garantida."Dark Roots Of Earth" não foge à regra, o 10º álbum de originais da banda mostra mais uma vez, após o fantástico "The Formation Of Damnation", que os Testament continuam no topo do thrash metal e que estão cá para ficar. O novo disco da banda norte-americana, apesar de não ser tão imediato como o seu antecessor, é sem dúvida um digno sucessor do registo de 2008.
O novo álbum é um trabalho variado, maduro e actual, de uma banda que sabe como fazer grandes discos. Há um pouco de tudo neste disco: "Rise Up" com um excelente refrão perfeito para os concertos; a veloz e furiosa "True American Hate" que é provavelmente ponto mais alto destes nove temas; "Cold Embrace" que prova mais uma vez que é no metal que se fazem as melhores baladas; o thrash com groove contagiante e tocado com uma classe impar das faixas "Native Blood" e "Throne of Thorns" e o heavy/thrash mid-tempo do tema título, que podia estar num álbum como "Cowntdown To Extintion". Estes são os grandes destaques deste álbum e que mostram o grande talento composicional e interpretativo da formação (quase original) dos Testament.
Eric Peterson e Alex Skolnick são uma das melhores duplas de guitarristas do metal e sublinham isso mesmo com uma prestação excepcional, assinando riffs, leads e solos memoráveis com fartura ao longo destes nove temas. Chuck Billy é, provavelmente, o grande vocalista do thrash actualmente e soa aqui pelo menos ao nível de sempre. Uma palavra também para o mítico Gene Hoglan, que foi o baterista de sessão neste álbum, não se sabendo ainda se vai continuar na banda, que teve aqui um trabalho com a grande competência que lhe é reconhecida e onde até adicionou algo inédito em temas dos Testament, blastbeats nos refrões de "Native Blood" e "True American Hate".
2012 está a ser um grande ano para o thrash metal (quem diria), quatro décadas após o nascimento deste sub-género de extrema importância para o metal, com grandes lançamentos de bandas como os Overkill, Kreator, Angelus Apatrida e agora dos Testament. "Dark Roots Of Earth" está mesmo no primeiro lugar do pódio no que ao thrash feito neste ano diz respeito e certamente fará parte dos primeiros lugares de muitas listas de melhores álbuns de metal de 2012 da imprensa especializada.
Nota: 9/10
Review por Mário Rodrigues
