
O mais curioso é que embora a influência Quorthon sempre tenha lá estado, no início da sua carreira, este colectivo composto pelos multi-instrumentistas Mats e Ragnar e pelo baterista Tord, deambulava mais pela vertente folk própria dos dois primeiros discos de Ulver, do que outra coisa. Agora, ouvimos Gastrike, o seu 3º de longa duração, e parece que estamos a ouvir um Blood Fire Death adaptado aos tempos modernos, o que no papel será algo como um híbrido entre black metal e thrash, com uso de coros e teclados, e com uma produção, diga-se de passagem, demasiado polida tendo em conta o estilo, felizmente que as guitarras apresentam uma certa crueza gélida.
Os temas, como seria de esperar são longos e épicos, com destaque para a thrashada de Dance of Darkness, a atmosfera de The Gathering of Witches e a cavalgada heróica de The Mistress of Wisdom. No pólo oposto está Boatmans Call, que embora até seja dos menos extensos, repete-se até à exaustão, e uma ideia que até tinha algum potencial, por volta do fim já dificilmente se consegue ouvir de novo o entoar do coro.
A ideia que fica é que Gastrike não é um mau disco, muito pelo contrário há aqui grandes momentos de viking metal, mas lá está é inevitável evitar os fantasmas que o atormentam, o que é pena. Como tudo na vida, até nos clones há os bons e os maus, e este é daqueles que não traz mal nenhum ao mundo.
Nota: 7.6/10
Review por António Salazar Antunes