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Blind Stare - "The Dividing Line" Review

Não é de estranhar que numa altura em que as bandas de melodeath surgem umas atrás das outras, alguns nomes queiram tentar novas abordagens de modo a evitar serem atirados para sacos comuns. Sinais de uma possível saturação do género, ainda para mais quanto 2 dos seus mais ilustres fundadores, In Flames e Dark Tranquillity teimam em se afastar cada vez mais das suas raízes. Com isto em mente os Blind Stare surgem em 2005 com vontade de marcar o seu território com uma proposta bastante ecléctica que mostrava um death melódico de cariz bastante sinfónico e progressivo. Algo que lhes valeu uma aceitação positiva, ainda que modesta em termos quantitativos.

Sete anos passados, e os finlandeses voltam à carga, agora com novos baixista Ossi Elonen, e teclista Tuomas Riihimäki. Já a fórmula essa é a mesma, servida agora de uma maneira mais matura. Como esperado, a música em The Dividing Line é bem mais dependente dos teclados, ao contrário de por exemplo uns Be’lakor, mas ainda assim não faltam momentos em que as guitarras brilham, como por exemplo em Redemption, onde estas quase que choram, e o riff de The Disciple que sem duvida não destoaria num qualquer álbum de Opeth.

O mais notório nos Blind Stare é que pese embora a musica seja (por vezes demasiado) complexa, conseguem sempre manter uma atitude muito rockeira, a quase fazer lembrar os Children of Bodom, salvo devidas distâncias. Como destaque principal, o tema Daughter Of The Sun, é uma daquelas composições em que tudo corre bem, com um refrão exímio onde as vozes tanto ásperas como limpas se conjugam de forma excelente.

É pena que apesar da franca qualidade tanto dos músicos como de muitas das faixas de The Dividing Line, este ainda possua um conjunto de temas que soam mais a filler que outra coisa, mas a ideia geral é boa, e é de aplaudir que a banda tenha tentado fazer algo de diferente.


Nota: 7.6/10

Review por António Salazar Antunes