É fácil pensar que este rumor é verdadeiro já que as músicas que temos aqui soam estranhamente inacabadas, a começar pelo tema título que inicia o álbum, um riff estranho, prejudicado pela produção lamacenta e baça que faz com que se carregue no botão do stop para verificar se é mesmo o CD correcto que foi inserido no leitor. “The King of Metal”, o tema, até acaba por ficar no ouvido mas a já mencionada produção, uma secção intermédia que dá vontade de matar alguém de tão irritante que é, e as letras estranhas que não vão dar a lado nenhum, fazem com que o início seja uma autêntica desilusão. E por falar em letras estranhas, as motivações para o conteúdo lírico da faixa “Dimebag”, que descreve os eventos da morte de Dimebag Darrell, escapam-me à compreensão. Não que a música em si seja uma ofensa, porque é bastante emocionante (ou tocante) e a entrega por parte de Blaze é o grande motivo para isso, no entanto, não deixa de ficar a sensação de que é algo bastante… mórbido. Mesmo assim, acaba por ser uma das melhores faixas do álbum.
O sentimento de que as coisas foram feitas de forma apressada, sem tempo para melhorar (ou fazer novos) arranjos, ao primeiro take não desaparece e é o mais irritante porque havia potencial para um resultado final bem melhor do que aquele que temos realmente, a começar pela voz, onde temos desafinadelas olímpicas. Se Blaze já foi muito criticado no passado, aquando nos Maiden, devido ao seu tom de voz característico, o que está contido neste álbum não deixa margem para sua defesa. No entanto, mais uma vez, o que lhe falta em técnica e afinação, sobra em emoção – ouvir a balada ao piano “One More Step”, onde a voz falha (frequentemente) mas ainda consegue reforçar a emoção das letras e fazer sentir quase na pele a força da sua mensagem.
A nível instrumental, raramente há algo que faça chamar a atenção, os solos são desinteressantes, os ritmos são abafados pela produção e só por alguns momentos é que algumas harmonias nos ficam na cabeça, exemplo da “Fighter”, da já mencionada “Dimebag”, da “Difficult” e da Fate (esta última com uns coros mesmo à Maiden, pelo menos da fase em que Bayley era o vocalista) são apenas alguns exemplos de boas faixas mas que poderiam ser muito melhores se o álbum tivesse sido pensado e feito com mais calma. Provavelmente, o trabalho mais fraco da carreira pós-Maiden.
Nota: 6/10
Review por Fernando Ferreira