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Entrevista aos Sanctus Nosferatu

Provenientes da ilha de S.Miguel, nos Açores, Sanctus Nosferatu é uma banda de black/death/thrash metal, no activo desde 2002. A banda composta por cinco elementos, nomeadamente, Camila Morticia (Voz), Nélson Félix (Guitarra), Hélder Andrade (Guitarra), Nuno Carreiro (Baixo) e Nuno Costa (Bateria), apresentou recentemente o seu primeiro álbum intitulado “SAMCA”. A Metal Imperium falou com Nuno Carreiro, baixista da banda, para nos dar a conhecer um pouco mais sobre este projecto nacional, Sanctus Nosferatu.


M.I. - A banda Sanctus Nosferatu tem vindo a consolidar o seu caminho desde o ano 2002. Fala-me um pouco de como tem sido esse percurso.

Foi um percurso sinuoso até inicio de 2006 com diversas entradas e saídas de elementos que condicionou a evolução da banda. Posteriormente e com os músicos actuais a estabilidade felizmente foi conseguida. Estamos a evoluir como banda e músicos tendo uma base sólida e é assim que queremos prosseguir o nosso caminho.


M.I. - Por vezes torna-se bastante complicado, no nosso país, atingirem-se objectivos específicos no que respeita à música (e não só). Muitas portas que se fecham, muitos apoios negados, imensa indisponibilidade por parte dos meios de divulgação, etc. Como é no vosso caso, tendo em conta que provêm de uma ilha?


Temos as mesmas dificuldades que as restantes bandas/músicos/artistas… acrescentando a isso o factor insularidade que nos confina à região Açores exceptuando se pagarmos preços exorbitantes para nos deslocarmos ao continente. Isso implica também que tenhamos menos acesso a diversos tipos de eventos logo leva também a que as bandas regionais tenham menor rodagem em palco o que leva a uma menor circulação de fundos monetários, menos promotores, menos bandas, menos estúdios, menos investimento interno… Em suma é uma “bola de neve” que se adensa enquanto houver monopólios designadamente: Companhia Aérea Açoriana SATA entre outros. Muito mais haveria para escrever mas isso daria para mais uma entrevista (risos).

M.I. - Pessoalmente, penso que todos os tipos de processos criativos, como é por exemplo o caso da música, são inevitavelmente produzidos através de diversas influências. No vosso caso, decerto que também existem. Fala-me um pouco sobre isso mesmo, influências, e de que forma foram decisivas nas vossas composições musicais.

As nossas principais influências são: cradle of filth, dimmu borgir, hecate enthroned, iron maiden, death entre outros, aliado ao cunho pessoal de cada músico na banda são a fórmula de composição dos nossos temas. Tentamos estabelecer dinâmicas fortes entre melodia e agressividade sendo essas as bases dos nossos temas.


M.I. - A 3 de Julho de 2009, a banda foi classificada em primeiro lugar na categoria metal, no âmbito do IV Concurso de Música Moderna de Ribeira Grande. Esta vitória permitiu-vos, de alguma forma, ter acesso a algo que não tinham tido até ai?

Para ser sincero não nos permitiu algo mais do que aquilo que já tínhamos alcançado até então. Isso devesse muito provavelmente à falta de interesse em promover o evento por muito estranho que possa parecer. Ora vejamos nenhuma banda que já tivesse participado nesse mesmo concurso vez alguma participou em mais algum evento elaborado e/ou apoiado por parte da Câmara Municipal da Ribeira Grande (apesar da mesma ter sido contactada por diversas bandas), não deveria ser do interesse da já referida entidade promover o evento já supracitado e bandas nele participantes? O mais irrisório é que bandas regionais, em diversos estilos musicais, com qualidade não tem acesso a diversos eventos mesmo sem retorno monetário, não parece de todo descabido? O mesmo acontecerá apenas nos Açores? Deixo a questão no ar.


M.I. - Lançaram recentemente o álbum “Samca”. Como tem sido a aceitação do mesmo?


Está tudo numa fase inicial mas até agora temos tido boa receptividade junto do público. No que concerne a editoras/distribuidoras continuamos incessantemente à procura, apesar de termos consciência que mediante a conjunta mundial, nomeadamente a económica, aliado a este ser o nosso primeiro trabalho editado, será por agora difícil surgir algum contrato mas continuaremos a trabalhar para que tal seja possível, ou não será esse o sonho de qualquer músico viver daquilo que lhe dá mais prazer fazer na vida: música.


M.I. - A essência deste vosso trabalho assenta principalmente na mitologia e intemporalidade da história da ascensão do clã Nosferatu, liderado por Samca. Porquê a escolha deste tema, não só para o nome da banda como também para as letras e título do álbum?

Toda a mitologia vampírica sempre despertou grande interesse, factor ao qual não sou alheio e que está imensamente impregnado na lírica do álbum, ficando grande parte da mesma a meu cargo. Felizmente é um tema que desperta também interesse nos restantes elementos da banda.



M.I. - O que significa este álbum para cada um dos membros de Sanctus Nosferatu? É um objectivo superado e cumprido? Ou há algo que gostassem de melhorar/acrescentar?


A edição desse álbum simboliza sim a constante procura pela máxima promoção da nossa música junto do público e entidades, para além da realização de um sonho comum a todos, acarreta em si um aumento exponencial de responsabilidades, pois como o velho sábio disse um dia temos todo o tempo do mundo para editarmos o primeiro álbum, depois disso é que já não se sabe.



M.I. - Já têm projectos futuros ou para já estão apenas focados na promoção do álbum “Samca”?


Por agora estamos focados em promover ao máximo o álbum. Um dos próximos passos a dar certamente será a elaboração de um videoclip promocional. Uma mini-tour pelo continente está também em nossos objectivos.



M.I. - E em termos de concertos? Já têm datas agendadas?

Muito honestamente aqui em São Miguel não temos nada marcado pelo simples facto de já não haver um evento de metal à muito. Fora desse “circuito” é extremamente difícil a presença de bandas de metal em eventos ao vivo. No continente infelizmente já perdemos algumas datas principalmente pelos elevados custos de deslocação que acarreta uma banda açoriana tocar no continente. Contudo isso não constitui um factor desmotivante faremos tudo ao que estiver ao nosso alcance para promovermos o nosso som ao vivo junto do publico no Continente.


M.I. - Que mensagem gostarias de deixar para todos aqueles que não conhecem o trabalho de Sanctus Nosferatu, e que eventualmente poderão ler esta entrevista?


Sanctus Nosferatu é um misto de Black/Death/Thrash metal comportado por uma versátil voz feminina melódica e gutural, que o guiará através de uma viagem de luxúria, sensualidade, intriga, guerra e morte.


M.I. - Nuno, a Metal Imperium agradece a tua disponibilidade e simpatia com que nos concedeste esta entrevista e a título pessoal aproveito para desejar o maior sucesso para a banda, acho fantástica a vosso sonoridade, parabéns. Últimas palavras para os vossos fãs.

Um muito obrigado a Metal Imperium por essa oportunidade e por suas honrosas palavras. Um agradecimento muito especial a todas as pessoas que nos têm apoiado nessa longa viagem. Relativamente às pessoas não conhecem o som da banda o desejo de despertar nas mesmas o seu interesse pelo nosso som. Mais uma vez um muito obrigado.

Contactos:
sanctusnosferatu@hotmail.com
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Entrevista realizada por Maria João Rodrigues