Confesso
que não conhecia estes norte americanos antes de este disco ter aparecido na
minha caixa do correio. Desconhecimento total. E a forma como escutamos um
disco de uma banda do qual nunca ouvimos sequer uma nota é diferente daquelas
que conhecemos o que já lançaram na sua carreira. Pelo “press release”
disponibilizado pela editora, informam que são uma banda formada em 2005 e são
conhecidos como os reis do death metal melódico do Colorado. Com apenas um
disco lançado em 2010, “Fragments of Form and Function”, o interesse em escutar
este disco era agora mais elevado.
E
que surpresa! “Formshifter” é um disco fantástico! Não é apenas death metal melódico, é
também muito técnico, muito interessante e muito bem executado. Todos os
elementos do estilo estão aqui, desde as vozes guturais, riffs cortantes e rápidos e montes de blastbeats, mas tudo realizado de uma forma equilibrada e que
resulta num disco que é uma lufada de ar fresco no estilo. Imaginem a melodia
de uns In Flames mais furiosos, com a ferocidade de uns Hypocrisy antigos e o
peso de uns Meshuggah e terão uma ideia geral do que este “Formshifter” é, um
disco intenso, poderoso, catchy e magistral.
O
que salta logo à primeira vista é a coesão e brutalidade da secção rítmica,
capaz de arrancar tinta das paredes tal a força e precisão com que debitam
ritmos ora a meio-tempo ora rápidos, e um trabalho de guitarras exemplar.
Efectivamente, a quantidade de ritmos e solos presentes neste disco é de uma
técnica muito (mas mesmo muito) acima do que costumamos ouvir em bandas
similares. No entanto, e para tornar tudo exemplar, as vocalizações de Ezra
Haynes conferem o poderio necessário a este disco.
Desde
a abertura com “Behold (God I Am)”, passando pela intensidade de “A Path Disclosed”,
a sublime “Iconic Images”, que inicia de uma forma brutal, mas que a partir do
meio do tema se torna numa peça absolutamente arrepiante de guitarra acústica,
capaz de arrancar algum tipo de emoção mesmo no metaleiro mais empedernido.
O restante disco segue a mesma linha,
nunca baixando de intensidade ou genialidade. É impossível chegarmos ao final
deste disco e não ter estas duas acções: voltar a ouvi-lo e tentar arranjar o
primeiro disco “Fragments of Form and Function”. Foi exactamente isso que
fiz e posso dizer que este “Formshifter” é um pouco superior ao disco
anterior, mas que deixa uma certeza: estes Allegaeon são realmente os reis do death metal melódico do Colorado e não só. Arriscam-se a
ser os reis do death metal melódico mundial.
Com
uma produção poderosa realizada por Daniel Castleman nos Lambesis Studios, “Formshifter”
é um álbum essencial para quem aprecia este tipo de metal e não só. Se apreciam
death metal intenso e de superior qualidade, este disco é mais que indicado.
Altamente
recomendado.
Review por João Nascimento