
O concerto dos finlandeses, integrado na "The Beginning of Times Tour" como suporte ao seu mais recente lançamento "The Beginning of Times” deste ano (poderão ver a “review” deste disco no site da Metal Imperium em Julho deste ano) mostrou uma vez mais a validade e a popularidade desta banda no nosso país. Apesar de terem estado recentemente no nosso país (mais precisamente no Vagos Open Air de 2010), a quantidade de espectadores presentes nessa noite na Incrível Almadense mostrou que serão sempre bem-vindos ao nosso país.
Foi uma Incrível Almadense ainda com poucos espectadores que se assistiu à actuação das duas bandas de suporte, os espanhóis Nahemah e os noruegueses Leprous. Apesar de serem duas bandas desconhecidas por parte do público português, a verdade é que as mesmas já existem à já vários anos e com alguns discos editados.



Foi ao som de “Song of the Sage” do último “The Beginning of Times” que os seis finlandeses mostraram, ao longo de quase 90 minutos como se faz bom metal, umas vezes a pender para a sua vertente mais “heavy metal”, outras para o lado do “death metal” mais melódico (do início da carreira). A partir daí, assistiu-se a um excelente concerto, muito equilibrado em termos de material mais recente e mais antigo, com um Tomi Joutsen muito activo no papel de vocalista e agitador de massas. Apesar de ser o membro mais recente na banda, é sobre ele que recaem todos os olhares. Um “frontman” à altura para esta banda e um vocalista extraordinário. Um concerto muito focado nos dois últimos discos (“Skyforger” e no já mencionado “The Beginning of Times”), talvez os mais importantes da sua carreira até agora, que possibilitaram uma maior exposição a nível mundial da banda.
É difícil indicar pontos altos da actuação, pois toda ela foi num regime muito elevado, muito profissional e vibrante. O público acompanhava a banda em (quase) todos os temas, quer fossem novos ou velhos, mostrando serem conhecedores da carreira da banda. Num alinhamento de quinze temas, fossem os novos “My Enemy” e “You I Need”, “Sampo” e “Siver Bride” (fantástica) do “Skyforger” (2009), recordando um passado mais recente com “The Smoke” do “Eclipse” de 2006 ou das “velhinhas” “Vulgar Necrolaty” do “The Karelian Isthmus” de 1993 ou do tema que os lançou para a popularidade como “Black Winter Day” do “Tales From The Thousand Lakes” de 1994, a força com que todos esses temas eram lançados para o publico e ver a reacção do mesmo era de verdadeira comunhão entre todos. Talvez o ponto mais alto da actuação tenha acontecido no último tema, “House of Sleep”, com o refrão a ser cantado ruidosamente pelo público, o que levou a banda a parar por momentos a sua actuação para deixar o publico cantar. Fantástico.
É sempre bom quando as bandas se sentem acarinhadas pelo público. É uma prova de fidelidade e tal facto certamente fará as mesmas querer voltar ao nosso país. Com os Amorphis aconteceu o mesmo e esperemos que eles nos visitem muito mais vezes. Três bandas, todas elas com bons espectáculos. Uma boa noite de concerto na Incrível Almadense.
Texto por João Nascimento
Fotografia por João Cavaco
Agradecimentos: Prime Artists