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Entrevista aos Sarke


Os Sarke têm um elenco de luxo do qual fazem parte os famosos Nocturno Culto, Asgeir Mickelson, Cyrus, Sarke, Steinar Gundersen e Anders Hunstad... mas a questão que se coloca é: será suficiente ter músicos que já integraram grandes nomes do metal? O seu novo álbum “Oldarhian” leva-nos numa viagem para outro mundo e talvez nele encontremos a tão desejada resposta. Thomas, aka Sarke, recentemente partilhou algumas ideias com a Metal Imperium.


M.I. - O Thomas ainda é o cérebro artístico por trás dos Sarke ou, desta vez, houve colaboração entre os membros da banda em termos de escrita de letras e música/melodia?

Eu ainda sou o cérebro mas desta vez houve mais pessoal envolvido. Asgeir, Nocturno e Cyrus também compuseram músicas e letras para este álbum. Eu não tinha vontade de fazer dois álbuns a solo, por isso correu bem.


M.I. – É evidente que és um fã da música dos anos 70 e 80. Quem te influenciou a ouvir essa música? Dirias que o underground desses anos era diferente do underground agora... qual é a maior diferença?

Desde que comecei a apreciar a música desse período, ela tem mais significado para mim do que a música de hoje. Dantes eu era fã de música, agora eu analiso música e não é nada bom. Foram amigos que me iniciaram no metal com os Kiss, Black Sabbath, Celtic, Mayhem, Darkthrone, Merciful Fate, Kreator, Motorhead, Candlemass, Obituary, Death, entre outros. Claro que dantes o underground era diferente. Não havia tantas bandas, era difícil conseguir um contrato ou gravar um álbum. Agora toda a gente tem um contrato e toca em todo o lado.


M.I. – Concordas com as comparações constantes entre Sarke e Celtic Frost?


É bom ouvir isso. Pode-se comparar mas todos conseguem perceber que são bandas diferentes.



M.I. – Quando “Vorunah” foi lançado, Sarke era um duo mas agora músicos famosos juntaram-se ao lote. Porque sentiste a necessidade de os adicionar? Como é a relação entre os membros da banda? É fácil arranjar tempo para os ensaios?


Como já referi anteriormente, eu não senti a necessidade de lançar um segundo álbum a solo. Pediram-nos para tocarmos ao vivo e tanto eu como o Nocturno estávamos interessados, por isso falamos com alguns amigos e eles juntaram-se a nós. Divertimo-nos muito quando tocamos juntos. Eles vivem na minha zona e já somos amigos há vinte anos. Vivemos a vinte minutos uns dos outros, à excepção do Nocturno que agora vive na floresta para estar perto dos trolls. É fácil arranjar tempo para ensaiar.


M.I. – Para gravar “Vorunah”, usaste equipamento antigo dos anos 70 e 80... “Oldarhian” foi gravado no estúdio H-10 Productions em Oslo à moda antiga mas usaste equipamento antigo?


Usei o mesmo equipamento que usei no “Vorunah”. Asgeir usou a sua bateria e o guitarrista usou o seu equipamento... sem efeitos nem cópias. Foi música pura.


M.I. - Pesquisei na internet a tradução da palavra “Oldarhian” e não encontrei resultados. Podes elucidar-nos sobre o que é Oldarhian?

Oldarhian é um mundo novo em que podes entrar se quiseres uma nova vida.


M.I. - Os títulos das músicas são muito obscuros... “Condemned”, “Pessimist”, “Captured”... fala-nos sobre eles... são catárticos de alguma maneira?

São basicamente histórias sobre pessoas que vivem no lado negro da vida... algumas são verdadeiras, outras são ficção.



M.I. – As músicas variam entre o punkish black metal e o doom e parece que os fãs e críticos não chegam a um consenso quanto ao álbum... uns acham-no bom e outros nem por isso. Tens uma definição precisa para o novo álbum? Não achas que esta variedade pode afastar alguns fãs?


É importante para mim que Sarke faça música em que acredito e inspirada em bandas que aprecio. Por isso é que há diferentes estilos de música no álbum. Eu geralmente digo que é dark rock music. Talvez afaste alguns mas quando faço música exprimo o que sinto e não me preocupo com as vendas ou com os gostos dos fãs.


M.I. – Podes comentar a afirmação do Nocturno Culto relativamente ao novo álbum: “Que álbum! Agora podemos portar-nos como seis pseudo-estrelas rock à procura de atenção!”


Acho que ele estava contente com o álbum e disse isso mais num sentido divertido do que verdadeiro.


M.I. – Verifiquei o site sarkehq.com e fiquei surpreendida por ver que não tendes concertos agendados nem vídeos oficiais, o que é estranho já que lançaste um álbum recentemente. Estais a recusar concertos ou não houve ofertas? Um vídeo não ajudaria a promover o novo álbum?

Eu também estou surpreendido, pois devíamos tocar mais vezes ao vivo. Veremos o que se pode fazer quanto a isso no futuro. Quanto ao vídeo, não recebemos dinheiro nenhum para fazer um, portanto da próxima tenho a certeza que teremos um vídeo antes de lançarmos o álbum.


M.I. – A Noruega, nos dias de hoje, parece ter uma atitude mais aberta em relação às bandas de metal pois até já lhes atribuem Grammys. Qual é a tua opinião sobre este assunto? Consideras que esta atenção dos média e da sociedade em geral é boa ou má? Como reagirias se os Sarke fossem nomeados?


Isso já é assim na Noruega há muito tempo. Eu acho que está bem e até já recebi um grammy. Penso que se os Sarke fossem nomeados, eu teria de ir à cerimónia de entrega de Grammys. Receber atenção é sempre bom para as bandas pois geram mais vendas, mais dinheiro e melhores produtos.


M.I. – Os Sarke estão na Indie Recordings juntamente com outras bandas Norueguesas. Esta editora é aquela com a qual vocês melhor se identificam?

Quanto a identificarmo-nos, não sei mas a Indie é boa porque é perto e posso lá ir.


M.I. – Tens algumas palavras finais?
Horns up.


Entrevista por Sónia Fonseca