
Tendo chegado ao Coliseu quase em cima das nove da noite, julguei ter perdido a actuação dos portugueses Forgotten Suns, ficando apenas a saber depois que a sua actuação tinha sido cancelada. Começa a ser preocupante o “azar” das bandas portuguesas que ficam responsáveis das primeiras partes de grandes eventos como este.
Pouco depois dos quinze minutos após as nove da noite, ouve-se a introdução orquestral “Dream Is Collapsing” (título curioso) da autoria do mestre Hans Zimmer que abre caminho para o início da “Under a Glass Moon” aplaudido por uma sala bem composta. A banda mostrou-se compacta embora o som estivesse algo atabalhoado, não se conseguindo discernir todos os pormenores da guitarra e das teclas. Considerando que estamos a falar de uma banda como Dream Theater, este não é um mero detalhe. Os problemas continuaram na “These Walls”, “Forsaken” e “Endless Sacrifice”. Nada de extraordinariamente vergonhoso, o som apenas não estava nítido o suficiente.

A clássica “Ytse Jam” foi a próxima a ser recebida em delírio pelo Coliseu do Porto, e o som já estava bem melhor, na altura ideal, principalmente porque de seguida veio a “Peruvian Skies”, (a primeira vez tocada em solo nacional se não estou em erro. “The Great Debate” antecedeu a nova faixa “On The Back Of Angels”, esta também recebida pelo público. Uma boa faixa mas que requer mais audições. Na recta final, era tempo de voltar aos clássicos com a “Caught In A Web” e a sequência “Through My Words / Fatal Tragedy” e depois de uma curta pausa, veio o encore na forma de “Count Of Tuscany.
Estou certo que todos os presentes não se importariam de ter mais músicas antes das luzes acenderem e que achariam preferível outro alinhamento e a substituição do solo de bateria por outra música qualquer mas é o preço da saída de Portnoy. O alinhamento foi escolhido de forma a ter uma faixa de cada álbum (tecnicamente foram duas do “Metropolis Pt2: Scenes From A Memory”) e comparando com concertos anteriores, o alinhamento não difere quase nada – algo quase inédito – mas, a condicionante da mudança de baterista assim obriga e é a forma mais segura de olear a máquina bem. E a máquina está bem oleada, que digam o público que saiu a sorrir da noite de 17 de Julho.
Texto por Fernando Ferreira
Fotografias por Ricardo Lopes