Poliritmia: Utilização de duas ou mais estruturas rítmicas num espaço de tempo de uma música. Mestres na sua execução: Meshuggah. É essa a sensação que fica após a audição do novo disco desta jovem banda inglesa, singularmente intitulado “II”. No entanto, não é uma cópia dos “deuses” suecos, pois os Xerath introduzem na sua musica diversos outros componentes que tornam o disco muito interessante, longe do que normalmente costuma sair daquela ilha no meio do Atlântico Norte.
Quando há dois anos lançaram o seu o disco de estreia, os Xerath mostraram que se podia construir metal de elevada qualidade, mesmo quando os seus integrantes têm uma idade muito precoce. Quem acompanha regularmente a cena, deve saber que muitos dos bons álbuns de estreia de algumas bandas, elas eram constituídas por integrantes muito novos (caso dos polacos Decapitated, dos também ingleses Evile e Trigger the Bloodshed). Nesse disco de estreia, os Xerath já mostravam uma grande capacidade de escrita e interpretação dos temas, que, embora soassem a outras bandas conhecidas que já tenhamos ouvido aqui e ali (sendo a influência Meshuggah a mais evidente), não era um plágio descarado e foi uma boa forma de entrada desta banda no universo metálico, sendo que na altura do seu álbum de estreia conseguiram causar alguma sensação.
Neste novo disco, os Xerath continuam a sua caminhada, lançando novamente um disco onde as mesmas influências se mantêm, de uma forma ainda mais acentuada da banda de Fredrik Thordendal e companhia, mas aqui misturando outras diversas influências, sendo a mais evidente os Strapping Young Lad (principalmente na parte vocal). A referência à banda de Devin Townsend é uma constante em quase todo o disco, existindo aqui uma maior predominância de teclados e pontilhado aqui e ali por algumas guitarras acústicas.
O resultado final neste disco é bastante interessante, mesmo tendo todo uma série de influências, não deixa de ser um bom lançamento para este jovem grupo, provando que se juntarmos uma série de bandas de referência, mesmo por muito díspares que elas sejam e se souber balancear todos esses elementos, é bem possível obter um resultado de bom nível. Muitos poderiam considerar toda estas influências inseridas num disco alguma indefinição ou falta de direcção da banda. Após a audição deste “II”, os Xerath conseguiram construir um disco com dez malhas muito interessantes e diversificadas, cheias de “groove” e intensidade.
Nota: 8.0/10
“II” track list:
1.Unite to Defy
2.God of the Frontlines
3.Reform Part III
4.The Call to Arms
5.Machine Insurgency
6.Sworn to Sacrifice
7.Enemy Incited Armageddon
8.Nuclear Self Eradication
9.Numbered Among the Dead
10.The Glorious Death
Review por João Nascimento