Rotten Sound - "Cursed" Review

Ao longo de quase 20 anos de carreira (que se iniciou em 1993), uma coisa que não podem acusar os finlandeses Rotten Sound foi de deixaram de ser fiéis ao seu próprio nome. E uma vez mais, este novo álbum traduz na perfeição toda a essência da música desta banda: velocidade incisiva e brutalidade impiedosa.

“Cursed” continua onde o disco de 2008 “Cycles” e o EP de 2010 “Napalm” terminaram, demonstrando uma progressão no caminho que a banda continua a trilhar: um som violento, pesado, extremo. Uma sucessão viciosa de “blast-beats” na grande maioria dos temas, sendo os restantes numa toada arrastada e lancinante. Não esperem nada inferior a excelente neste disco, pois tudo o que já ouviram desta banda é em “Cursed” largamente superiorizado, tal a qualidade infligida nos temas.

Neste novo disco, os Rotten Sound apresentam-nos 16 novas descargas de um grindcore / death metal, com misturas de d-beat, hardcore, doom (incrível!!), crust e até solos de guitarra. Tudo empacotado em 27 minutos, numa produção muito bem conseguida, mas mantendo aquele som “sujo” e pujante.

É difícil explicar como estes temas executados de forma profissional parecem tocados por uma banda forma de controlo. Mas são assim os Rotten Sound: um Keijo Niinimaa casa vez mais feroz e incisivo, a guitarra de Mika Aalto soando cada vez mais destorcida (onde vai ele buscar aquele som), um Sami Latva puxando aos limites toda a sua destreza e velocidade (para os que pensavam que a saída do anterior baterista Kai Hahto poderia trazer problemas de identidade a esta banda, aqui têm a resposta) e o novo baixista Kristian Toivainen a “colar” todo o conjunto.

Torna-se um pouco difícil imaginar para onde esta banda irá a seguir. A sempre crescente qualidade dos álbuns que já lançaram (e já vamos em 6, excluindo os EP´s) deixam um pouco em suspenso o ouvinte, pois já começa a ser difícil arranjar adjectivos para esta banda. O tempo o dirá.

Os Rotten Sound não são para todos. É preciso coragem para encararmos um disco destes e estarmos preparados para os “estragos” sonoros que poderão causar no nosso cérebro.

Nota: 8.9/10