Martelo Negro estrearam o humilde e claustrofóbico palco, por debaixo de um dos arcos em pedra. A banda seixalense atirou-nos com cerca de trinta e cinco minutos de Black-thrash e crust, com o seu único álbum de estúdio, «Sortilégio dos Mortos», a ser o pano de fundo de toda uma sessão blasfema, com Belzebuh lá no meio. A acústica da sala não é a melhor, nomeadamente nas laterais, mas em frente ao palco as condições mostraram-se aceitáveis, e foi com um cerrar de punho que temas como «Servos da Cúspide», «Mutilação Ritual», «Sob os Cascos de Satã» ou a poderosíssima «Winds of Carrion» a terminar, foram vividos. A banda ainda agora começou a dar concertos, mas apresenta uma boa coesão (conhecerem-se doutras lides ajuda) e ameaça ser sempre uma boa notícia em qualquer cartaz.
Com mais alguns aninhos de carreira, os Shadowsphere organizaram o evento e encabeçaram o cartaz. Death Metal melódico, de linha sueca, e muito mais movimento na plateia. A banda esteve muito bem, com uma presença em palco assertiva, apesar do baixista e baterista ficarem algo escondidos, num palco pequeno para tanta gente. Os riffs intensos e melódicos foram passados para a corrente sanguínea do público que, imaginando uma guitarra nas suas mãos, acompanhou a banda ao longo quarenta e cindo minutos, e de temas de grande pujança. «Into The Lungs Of Hell» e «Hellbound Heart» iniciaram da melhor maneira este concerto; «Sworn Enemy» contou com a participação de Patrícia Tavares (Thanatoschizo), e «Reckless Hate» encerrou as contas, após os clássicos «Animal (Fuck Like a Beast)» de W.A.S.P. e «Creeping Death» de Metallica. A setlist permitiu, igualmente, abrir o apetite para o novo álbum, que se prevê de qualidade!
Noite intensa com bom metal nacional, que mais uma vez provou estar vivo…pelo menos sobre o palco. Fora dele, a «dúzia» do costume.
Texto por Carlos Fonte
Fotografia por Inês Fonte
Agradecimentos: Shadowsphere