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Entrevista aos Heavenwood


Os Heavenwood são um dos nomes incontornáveis do metal nacional. O novo álbum da banda "Abyss Masterpiece" está a ter uma excelente recepção por parte da crítica nacional e internacional e é acerca deste CD e da carreira do grupo portuense que falámos nesta entrevista que fizemos a Ricardo Dias. Saibam mais acerca da actualidade dos Heavenwood nesta conversa e não deixem esse grande álbum vos passar ao lado.


M.I. - A banda esteve inactiva durante um bom número de anos. Esperam agora continuar a vossa carreira ininterruptamente daqui para a frente e recuperarem o tempo perdido?

Com o regresso à actividade em 2007 em termos de edições sim esse é o espírito e vontade, tivemos e ao mesmo tempo sofremos a necessidade de parar, parar de forma consciente e racional da mesma forma que quando decidimos avançar fazemos tudo com cabeça, tronco e membros. É a personalidade da banda por assim dizer, o chamado “ Nim “ é útil e cada vez mais utilizado no quotidiano mas no universo musical acaba por ser um tiro nos pés, há que saber parar ou avançar quando se trata da gestão de uma banda, de uma carreira musical. Actualmente não sentimos nem consideramos importante parar seja pelo motivo A ou B, quando assim for cá estaremos para decidir o nosso caminho e jamais deixar que terceiros assim o destinem..



M.I. - Os Heavenwood assinaram contrato com a editora francesa Listenable Records para vários álbuns. Para já qual está a ser a vossa relação com a mesma?

Excelente, sentimos que somos prioridade neste momento de um vasto catálogo desta independente francesa com largos anos no mercado internacional, uma label que tem mostrado ao mundo novos valores com resultados fantásticos e acima de tudo uma equipa com visão acima da média, a Listenable Records trabalha com paixão e profissionalismo, anda de mãos dadas com o Underground internacional e com o circuito mais comercial, é equilibrada, ponderada e racional em termos de edições, a paixão fica pelo modo como seleccionam as bandas e a forma como as apresentam ao mundo. Foi um passo importante para os Heavenwood, não somos virgens na matéria pois já tivemos numa editora alemã ( Massacre Records ), lançamos 2 álbuns, fizemos tours europeias e praticamente temos um background em termos de cena internacional, ajudou em termos de “ Abyss Masterpiece “? Lógico que sim.


M.I. - A crítica está a ser bastante favorável ao novo álbum. Isso é algo ao qual dão muita importância?


É relativo, dou importância a reviews construtivas, inteligentes sejam elas positivas ou negativas, isso sim! Por acaso o “ Abyss Masterpiece “ tem obtido no minimo resultados acima da média o que por si só é fantástico, de resto a média de pontuações é muito acima da média, é sinal que a imprensa prestou atenção ao nosso trabalho, é sinal que os Heavenwood lançaram um album fora dos clichés actuais, fora da “ junk music “ que francamente enoja quem aprecia música feita com alma e dedicação, a honestidade musical é importante principalmente num meio musical como o Metal onde os fans e a própria imprensa são “ amantes possessivos ou ciumentos “.



M.I. - Como foi terem trabalhado com o compositor sinfónico Dominic G. Joutsen? Os arranjos orquestrais deste foram uma mais valia para o resultado final, estavam à espera desde o início que assim fosse, ou esta colaboração superou as vossas expectativas?


Foi uma experiência única, trabalhosa e que exigiu muita dedicação. Na fase inicial do processo de orquestrações ( foram elaboradas após a pré-produção e composição dos temas ) tivemos a necessidade de alterar alguns dos temas de forma a incorporar o trabalho do Dominic da melhor forma, lembro perfeitamente que na “ September Blood “ tivemos uma dificuldade em conciliar os dois universos uma vez que ao ouvir o resultado pela primeira vez durante a pré-produção parecia que estávamos a ouvir 2 álbuns a tocar em simultâneo face à enorme quantidade de informação musical. Tivemos que definir uma fórmula de trabalho, espaço para ambas as partes de forma a equilibrar a sonoridade do álbum, essa foi a maior dificuldade. Nem é por questão harmónica ou de escalas, muita das vezes e nestes exemplo não serve apenas o facto de estarem ambos afinados e na mesma escala, existem dinâmicas, volumes e compassos ou seja há que ter uma enorme sensibilidade para compor e mesmo misturar em estúdio dois universos extremos se não “ soa estranho “.



M.I. - Sentem que "Abyss Masterpiece" é a vossa masterpiece?

Não. O título é uma metáfora, remonta à mestria de sair dum abismo em termos psicológicos, em termos de existência, descobrir a nossa essencia ou de quem o ler / ouvir e ao interpretar compreender o significado da coisa. O titulo foi mal interpretado por algumas fontes e levado à letra..lamento mas esta escrito “ Abyss “ antes do “Masterpiece “. As “ Masterpieces “ são identificadas pelos terceiros no final de contos julgo e acredito que todos os discos ou temas que uma banda componha são automática auto-considerados em termos de consciência de “ masterpieces “, pessoalmente falando em termos musicais tudo o que componho faço-o como se não houvesse amanhã, acredito que outros sintam o mesmo.


M.I. - Para quando os primeiros concertos de promoção de "Abyss Masterpiece" no nosso país?

Os Showcases das Fnac's correram muito bem em todos os sentidos, temos o Metal GDL 2011 e o concerto gratuito no Hard Club dia 9 de Julho. Surgiu a oportunidade de irmos em tour com os Epica mas achamos que ainda é cedo, temos tido uma forte pressão em termos de timings com tantas entrevistas para todo o mundo, todo este trabalho promocional em redor do “ Abyss Masterpiece “, o lançamento no mercado americano via E1 Entertainment dia 3 de Maio e consequentes entrevistas..


M.I. - Sei que também vão andar em tour europeia com uma banda internacional, o que esperam dessa digressão?

Surgirá uma tour no Outuno e a banda em questão é uma paixão antiga por isso, juntaremos o útil ao agradável..Entretanto estamos a planear alguns concertos esporádicos em capitais europeias mas nada de pressas, para nó só importante nesta fase é dar a conhecer por todo o mundo em termos de álbum o “ Abyss Masterpiece , para todos os efeitos existem mercados virgens e face a esta nova relação com a Listenable Records alguns desses mercados ouviram falar pela primeira vez numa banda portuguesa chamada Heavenwood.


M.I. - Quais são as metas e ambições dos Heavenwood actualmente?

Sermos felizes.


M.I. - Queres deixar uma última mensagem aos fãs de Heavenwood e aos leitores da Metal Imperium?

Sugiro que comprem o álbum original, é importante, é vital . Trabalhamos este álbum de forma a perdurar, ser um álbum intemporal de forma a ser descoberto com o tempo, com a experiência de vida e maturidade. Não deixem de visitar o site oficial dos Heavenwood em www.heavenwoodclan.co.pt ou mesmo o www.myspace.com/heavenwood para estarem a par de todas as novidades desta campanha de exportação da alma portuguesa além fronteiras!


Entrevista por Mário Rodrigues