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Entrevista aos Battlelore


Os Battlelore são uma banda finlandesa, em que a sua música se baseia na obra do escritor de literatura fantástica J. R. R. Tolkien. O grupo lançou no dia 26 de Janeiro pela Napalm Records o seu primeiro álbum conceptual intitulado de Doombound, em que os seus temas narram a história do herói Túrin Turambar . Entrevistámos Tommi Mykkänen para sabermos mais acerca da banda e deste seu novo trabalho.

M.I. - Como têm reagido o público e os críticos ao vosso mais recente álbum, Doombound?

Olá! Eu acho que as reacções têm sido bastante positivas mesmo que o álbum não seja o mais fácil de ouvir. Como fizemos um álbum conceptual, era preciso mais temas épicos que contassem uma história em vez dos hinos fortes. Mas na Finlândia temos recebido as melhores críticas. Portanto é bom.


M.I. - Doombound revela ser o vosso álbum mais obscuro. Porquê a escolha da personagem trágica de Turin Turambar?

Nós também tivemos outras ideias quando começamos a fazer o álbum. No início estávamos a pensar num álbum conceptual e era suposto basear-se em Feanor. Depois a certa altura o Jyri teve alguma falta de ideias e eu tinha algumas letras escritas que lhe dei. Estas eram praticamente sobre Turin e depois disso o conceito mudou. O Jussi tinha letras para a Kärmessurma também, o que ajudou na tarefa do Jyri. No final, Turin é uma grande personagem e a sua história é sem dúvida trágica. Na verdade Tolkien inseriu Turin na história de Kullervo a partir do nosso épico nacional Kalevala dando-nos um ponto de vista ainda melhor. E a história em si tornava as músicas trágicas e melancólicas, com um longo enredo.


M.I. - Sabemos que tanto as vossas músicas, como a vossa imagem e até mesmo os vossos concertos, são inspirados no mundo criado pela literatura de J.R.R.Tolkien. Como surgiu a ideia de recriarem esse mundo através da música? O que os motivou para essa combinação?

O Jyri tocava nos Horna quando decidimos formar uma banda em que os temas se baseassem nos textos de Tolkien. Após várias experiências e erros nasceu Battlelore e o resto é história.


M.I. - Os vossos álbuns têm alguma continuidade a nível das obras de Tolkien? Ou cada um é um capítulo fechado?

Nós estávamos a pensar ordenar as músicas cronologicamente mas no final mudámos de ideias. Por isso, as músicas não estão ordenadas em nenhuma linha de tempo mas não é muito difícil colocá-las por ordem se alguém quiser.


M.I. - Não têm receio, visto que a obra Tolkien mesmo que extensa tem um fim, de um dia ficarem sem material novo sobre o qual escrever as músicas?

Nem por isso. O universo de Tolkien está cheio de histórias, lendas, acontecimentos, personagens, sobre o que for que queiramos escrever. Acho que nunca vamos ficar sem ideias independentemente da quantidade de álbuns que ainda poderemos vir a escrever.


M.I. - Visto que bebem de uma fonte de inspiração de vários géneros musicais, do gothic metal, folk metal, power metal ou melodic death metal, existe alguma frustração com os críticos musicais por não conseguirem definir-vos ou até é algo que vos agrada?

Não, não há frustração de forma alguma. Nós temos tido vários momentos engraçados ao ler os géneros em que estamos inseridos. Para ser sincero, eu não percebo alguns deles, tais como Gothic ou Folk. Eu não relaciono Battlelore com esses géneros mas não me importo que as pessoas nos insiram neles. Nesse sentido até é bom que a Napalm nos considere como "Fantasy Metal" pois pode ser algo desde partes acústicas aos blast beats mais obscuros.


M.I. - Como é a dinâmica em estúdio e em palco com tantos músicos envolvidos na banda? O processo de composição é gerido de que forma?

Os maiores problemas chegam quando estamos a tentar organizar concertos ou tours. Tendo 7 pessoas a trabalhar na banda pode ser bastante doloroso, (risos) ! No palco é bom ter muita gente (se o palco for grande o suficiente) porque há bastante movimento, cabelo e suor, que é sempre um grande ingrediente para um bom concerto. Se alguém se sentir muito cansado no momento há mais gente para continuar. Hah! A nossa forma mais vulgar de fazer música (como por exemplo para o Doombound) é o Jyri, o Jussi, o Timo ou eu criar o esqueleto da música na guitarra. Depois é no local de ensaio com o Henri para testar a bateria. Depois disso a bateria é gravada e a seguir quem criou a música toca a guitarra por cima. Quando a música chegar aos ouvidos de todos os membros da banda em mp3, eles começam a trabalhar na parte deles. Finalmente temos as partes todas gravadas e começam os arranjos. Falamos muito sobre o que está bom, o que não está, o que precisa de ser alterado, o que deveria ser eliminado... Passado um tempo temos uma boa demo que será utilizada em estúdio como base para a versão do álbum. No fim é sempre a andar.


M.I. - Sei que em breve vão começar uma nova tour. Alguma data para Portugal?

Nós demos alguns concertos na Alemanha há umas semanas atrás. Temos alguns concertos planeados mas não creio que façamos uma digressão europeia completa desta vez. Veremos. Adorava ir a Portugal, pois as vezes que aí estivemos foram muito boas!


M.I. - Por último, gostariam de deixar alguma mensagem para os leitores da Metal Imperium?

Divirtam-se, aproveitem o Verão! Comprem o nosso álbum e apreciem música de qualidade! Espero vê-los em digressão e bebermos umas cervejas! Saúde!


Entrevista por Patrícia Torres