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Entrevista aos Arch Enemy


Os Arch Enemy são uma banda que dispensa apresentações. Esta super banda está de volta com o novo álbum “Khaos Legions”, após o estrondoso sucesso de “Rise of the Tyrant”, e prometem continuar a surpreender o mundo do metal. Estivemos à conversa com Michael Amott que nos elucidou sobre o novo trabalho.

M.I. – Quando os Arch Enemy lançaram “Rise of the Tyrant”, consideraram-no o melhor álbum da banda... Agora que o novo “Khaos Legions” vão ser lançado, a vossa opinião mudou?

Eu ainda considero que o ”Rise of the Tyrant” foi um passo importante para a banda. Para mim, ”Khaos Legions” é mais profundo em termos musicais e líricos e abrange um maior espectro de sons e emoções do que os nossos álbuns anteriores. Sonoramente, diria que ”Khaos Legions” é brutal.


M.I. – Como surgiu o título “Khaos Legions”?

“Khaos” refere-se ao início do universo, não só na mitologia Grega mas também na nossa crença – uma visão ateísta do mundo e da sua criação. Caos é um estado muito fértil e criativo que permite o surgimento de algo. O caos também tem conotação política, como em “anarquia” – um estado em que não há leis, regras e a sociedade pode começar de novo. Nós achamos que o mundo e as suas crenças se tornaram estagnadas e opressivas. O mundo moderno não é nada livre, apesar do nosso vasto conhecimento, da ciência e de inúmeros canais abertos de educação e comunicação. O governo, empresas multi-internacionais e os lobbyistas, juntamente com o terror religioso e a superstição provocadora do medo estão a reinar em alta. Precisamos de destruir estes sistemas de terror, basicamente lançar o mundo moderno no caos para construir algo novo e melhor. “Khaos Legions” é o exército da revolução e da renovação, da anarquia e do ateísmo. É a hora de destruir o velho e conquistar o mundo novo!


M.I. – O vosso álbum é composto por dezasseis faixas e os temas parecem abordar assuntos pessoais. É uma forma de lidar com os vossos demónios pessoais (em caso de teres alguns)? Qual é a principal ideia/sentimento das letras?

As letras em “Khaos Legions” lidam com problemas da vida real. A nossa grande inspiração foram os tumultos na África do Norte e no Médio Oriente.


M.I. – O 'A' no título é o símbolo da Anarquia. Os Arch Enemy identificam-se com este conceito? Qual é o seu significado para a banda?

Eu diria que o termo “Anarquia” encaixa perfeitamente nos Arch Enemy, pois somos um colectivo de fortes indivíduos. Pessoalmente, eu considero-me um anarquista e um ateísta, aliás sempre fui.


M.I. – “Khaos Legions” garantiu-vos algumas capas em revistas especializadas. Como é que vos sentis por seres assim tão apreciados?

Claro que nos sentimos óptimos! Somos muito sortudos por recebermos um apoio tão intenso dos nossos fãs. Sem os fãs, sem dúvida alguma, não teríamos toda esta atenção dos média.


M.I. – Arch Enemy vão estar muito ocupados nos próximos meses com tournées e a promover o álbum. O que pensas das tournées, especialmente de tocar em países como Marrocos? Tendes expectativas ou medos?

Medo não! Estamos entusiasmados por levar a música dos Arch Enemy a fãs de todo o mundo.


M.I. – Até ao momento, como tem sido a resposta ao álbum e ao site Khaos Legions? Já houve muitos fãs que se voluntariaram para ajudar os Arch Enemy a espalhar a palavra? Porque é que alguns países (ex. Portugal) foram deixados de fora?

Eu não tenho números exactos mas sei que a resposta ao site khaoslegions.com foi excelente. Quanto aos espectáculos, nós iremos a Portugal com certeza. Esperamos que os fãs sejam pacientes já que estamos a planear espectáculos em Portugal para 2012.


M.I.- Muitas bandas têm um membro que se destaca mas, no vosso caso, cada membro é um espécie de “superstar”. Como lidais com isto? Até que ponto o envolvimento dos membros da banda em outros projectos prejudica os Arch Enemy?

Realmente é verdade que cada membro é um forte indivíduo... todos nos sentimos confortáveis no nosso papel dentro da banda, é uma dinâmica muito bem estabelecida e resulta para nós.


M.I. – Como vês todas as mudanças que aconteceram na cena metal na última década? Qual é a tua opinião pessoal sobre as bandas que tocam uma mistura de estilos e incorporam elementos que não são genuinamente metal?

Depende, se soar bem. Eu sou uma pessoa com uma mente bastante aberta mas, para ser honesto, nós somos todos muito old-school no que toca ao metal dos Arch Enemy. Quando quero ouvir metal, geralmente ouço o material com que cresci nos anos 80 e 90.


M.I. – Sendo a Angela uma mulher e a sua voz um instrumento poderoso num mundo dominado por homens, já enfrentaram algum tipo de preconceito por causa disso?

A Angela impressionou a cena metal. Eu tenho a certeza que houve preconceitos na sua carreira, mas nós não fomos afectados por isso. Temos estado muito ocupados e felizes a “construir” a banda que somos hoje.


M.I. – Alguma mensagem final para os fãs e os leitores?

Quero agradecer aos nossos fãs Portugueses pelo apoio e paciência enquanto aguardam pelo “Khaos Legions”! Voltaremos a Portugal para tocar ao vivo em breve!


Entrevista realizada por Sónia Fonseca