Moonsorrow - "Varjoina Kuljemme Kuolleiden Maassa" Review

Recordar-se-ão de termos falado em saturação de um determinado nicho de mercado, aquando do lançamento do novo álbum de Korpiklaani. Pois bem, por extensão e com muito maior abrangência, os Moonsorrow são outro nome que não se deve colocar no saco das infindáveis bandas que, a partir de dado momento, se lembraram de tocar Black Metal aliado ao Folk e ao “Viking”, sem alma alguma, congestionando e fatigando o género. O fundamento é simples e está ao ouvido de todos: estes fazem-no com uma mestria quase única, e como quem não quer a coisa vão prosseguindo o seu caminho de forma segura e competentíssima.

“Varjoina Kuljemme Kuolleiden Maassa” é o sexto registo de originais dos Moonsorrow e revela-se, com mais ou menos audições, mais uma obra-prima na sua carreira. Este disco, que compreensivelmente não verá o seu nome escrito novamente, é composto por 4 composições tremendamente épicas que vão dos 11 aos 16 minutos e, entre elas, 3 transições ambientais acompanhando a jornada solitária de um guerreiro ao longo da «terra dos mortos». As preciosidades épicas, aquelas peças estrondosas de valentia e alma, em momento algum se tornam aborrecidas, alcançando sempre o clímax – aquele instante em que emerge das colunas um rasgo de genialidade tal, que nos encerra os olhos e nos faz viajar por entre a vastidão sonora dos finlandeses. De uma produção imponente, de um peso melódico destemido, e de uma atmosfera carregada, obscurantista e perfeita, destacar temas não é um raciocínio simples; porém, «Muinaiset» que a partir dos 9 minutos ombreia com Falkenbach, ou o emotivo epílogo «Koulleiden Maa» são momentos inspiradíssimos e hipnotizantes de um disco muito bom, que transporta debaixo do braço os livros da escola mestra de Quorthon.

Quem esperou, impacientemente, quatro anos pelo sucessor do complexo «V: Hävitetty», tem agora a merecida recompensa com esta fantástica hora pagã, que não é demais nem é de menos. Os primos Sorvali voltaram a faze-lo. Definitivamente um «Picasso» da música extrema.

Nota: 9/10