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Entrevista aos Serenity


Formados em 2001, os Serenity são uma banda austríaca de Symphonic Power Metal, que acaba de lançar o seu mais ambicioso trabalho Death & Legacy. Falámos com Mario Hirzinger teclista e liricista da banda acerca deste novo álbum.

M.I. - Antes de mais, porquê o nome Death & Legacy? Qual a relação entre o nome do álbum e as músicas?

Sabes, neste álbum falamos sobre figuras importantes da história, já todos faleceram mas deixaram-nos o seu legado. Inicialmente, o nome do álbum era Changing Fate, mas o Georg sugeriu que usássemos Death & Legacy como título, houve outras sugestões mas não eram assim tão boas. Achámos então que este título seria perfeito, e assim o deixámos ficar.


M.I. - Este álbum revela um grande empenho e dedicação, e é considerado por muitos críticos e fãs o vosso melhor trabalho. Podes falar nos acerca da concepção do mesmo?

Depois de Fallen Sanctuary ter recebido boas reviews e um óptimo feedback por parte dos fãs sabíamos que tínhamos que levar este novo trabalho para um patamar superior. Precisávamos de boas músicas pois é o primeiro passo para garantir um álbum com sucesso. O Thomas (guitarra), que é o principal compositor, teve grandes dificuldades em se inspirar para transformar as suas ideias em músicas para o novo álbum, mas no final ele fez um trabalho brilhante, como podem confirmar se ouvirem o novo trabalho. Claro que também o Oliver Philipps (da banda alemã Everon) contribui, ele escreveu e gravou as partes orquestradas, o que é bastante importante para a peça final e adicionou uma sinfonia perfeita aos riffs pesados do Thomas. Falando em elementos sinfónicos também tomámos uma decisão consciente antes de gravar o álbum, pois decidimos usar o piano e a orquestra, deixando assim para trás os sons modernos de sintetizador. Para mim, como teclista pareceu-me estranho ao início mas mais tarde fui convencido pelos outros membros, e achei que valia a pena tentar. Por fim, a questão que se punha era a seguinte: devíamos fazer um álbum conceptual? Gostávamos da ideia, e o George e o Thomas já pensavam no assunto há algum tempo. O álbum acabou por não ser verdadeiramente conceptual, uma coisa com uma narrativa do princípio ao fim, mas uma espécie de agregado de histórias de figuras da história europeia. Na nossa opinião, o resultado final é interessante e cativante.


M.I. - Sendo o vosso novo trabalho baseado em personagens históricas, como Galileo Galilei ou Marco Polo, o que vos motiva a escrever sobre elas?

Bem, claro que todos eles mudaram o rumo da história do mundo! Quando estava a fazer a pesquisa para as letras eu sempre pensava para mim mesmo: estas personagens tinham habilidades extraordinárias mas eram pessoas como tu e eu, com esperanças e medos tal como todos nós. Então eu tentei expressar os sentimentos dos protagonistas para ter este ponto de vista de um “humano normal” em todas as letras, e eu acho que consegui chegar bastante bem a esse objectivo. Mas claro, o inglês não é a minha língua materna por isso pode existir algumas linhas que soem estranho aos fãs ingleses ou norte-americanos, para além disso o Georg tem um sotaque perceptível…mas eu acho que isso é "queixar-se a um alto nível" (como nós dizemos em Alemão)!


M.I. - Não poderia deixar passar em vão as três excelentes vozes que convidaram para este novo registo (Ailyn (Sirenia), Amanda Somerville (Avantasia, Epica) e Charlotte Wessels (Delain)). Como surgiu essa ideia e o que motivou as escolhas em particular?

Existem grandes vozes femininas no mundo do metal, e por vezes uma parte feminina enriquece uma música! Nós temos a Fairytales no álbum Fallen Sanctuary com participação da Sandra Schleret (Elis) e sem dúvida que no nosso novo álbum queríamos expandir isso. O Georg (que é o principal responsável quando chega a hora de organizar material e entrar em contacto com pessoas relacionadas com o negócio) falou com a Charlotte e a Amanda sobre uma provável futura colaboração na nossa Tour de 2009 com Kamelot, pois nós gostamos muito das suas vozes nos seus projectos/bandas. A Ailyn já era uma fã da nossa banda antes de se juntar aos Sirenia, ela assistiu a um concerto nosso em Granada no Outono de 2007. Tornamo-nos amigos no Myspace, e entretanto nós ficámos maravilhados com o seu desempenho nos Sirenia. Quando o Georg perguntou-lhe se ela queria gravar uma música connosco ela ficou muito entusiasmada e disse imediatamente que sim, que o fazia! Agora estamos muito orgulhosos do desempenho de todas elas, cada voz é única e assenta perfeitamente com o som dos Serenity.


M.I. - Escolheram a música “Le Chevalier” com a participação da vocalista dos Sirenia, Ailyn, como single promocional. Porquê a escolha deste tema? Do que fala esta música?

Já como protótipo, esta música em especial parecia ser a escolha perfeita para o nosso vídeo. Bom ritmo, grandes melodias, com uma ligeira tendência “pop”, partes suaves e mais tarde um maravilhoso trabalho de orquestra. E foi referido pela Ailyn que como ela cantava a música também queria fazer parte do vídeo. Por isso fez duas visitas à Áustria, uma para a gravar a música e outra para filmar o vídeo. Ela gostou muito do nosso país (e da comida!)
A música fala sobre a viagem do Casanova a Inglaterra em 1763, onde ele se apaixonou por uma mulher que não era capaz de seduzir. Sendo esta uma situação muito incomum para ele, ele voltou a Veneza cheio de amargura.


M.I. - Fabio D’Amore é o vosso novo baixista, conta-nos como foi a sua entrada para os Serenity.

Primeiro tenho de dizer que não poderíamos estar mais felizes do que tê-lo encontrado como baixista e segunda voz! Nós conhecemo-lo no ano de 2007 em Lyon numa tour com Kamelot. Ele visitou o concerto com o Phil (Fairyland) porque queriam falar com o Georg para vocalista convidado na sua banda. Então em 2008 o Georg gravou a sua contribuição como convidado dos Fairyland no estúdio do Fabio. Ele disse-lhe que estava a sonhar em pertencer a uma banda em tour e coisas do género, então no ano passado em Agosto, quando o Simon saiu da banda o Fabio foi a primeira pessoa que o Georg perguntou se estava interessado no trabalho. Dois dias mais tarde nós tínhamos um novo baixista e um mês mais tarde no ProgPower Europe, ele tocou o seu primeiro concerto connosco! Ele é uma pessoa muito porreira e habilidosa, canta muito bem e assim nós somos capazes de ter quatro vozes em palco, o que é simplesmente fantástico!


M.I. - Já estiveram em tour com bandas como Edenbridge e Kamelot, sentiram-se influenciados na vossa música por estas bandas?

No caso de Kamelot definitivamente sim, porque o Georg sempre foi um enorme fã deles assim como o Thomas. Tanto eu como o Andreas (baterista) também gostamos muito deles. Em tour, são uma banda com quem se aprende muito em termos de atitude em palco, design e em toda a organização do evento (merchandise, som, actividade comercial...). Os Edenbridge são nossos bons amigos, mas não são nenhuma influência musical para nós, embora o som deles seja bastante melódico e sinfónico, o som deles é muito progressivo para os Serenity, nós preferimos a fórmula “mante-lo simples”! (risos)


M.I. - Começaram agora uma nova tour com a ex-vocalista de Xandria, Lisa Middelhauve como convidada. O que os levou a escolhê-la?

Na realidade, foi o Fabio que sugeriu que lhe pergunta-se porque eles tornaram-se amigos no Facebook há algum tempo, e desde ai teve várias conversas com ela. Nós falámos com ela via Skype enquanto fazíamos uma pausa num ensaio, ela pareceu-nos ser uma profissional e experiente o suficiente para fazer o trabalho. Estamos muito contentes por a termos encontrado para a nossa tour, pois ela acabou por ter um perfil profissional e com experiencia, e ainda é muito educada, engraçada e inteligente!


M.I. - Quais os vossos projectos para o futuro?

Apoderarmo-nos do metal sinfónico mundial e tornarmo-nos ricos e famosos! Não, a sério: num futuro próximo vamos tentar fazer grandes performances nas tours que se aproximam com Leaves’ Eyes e Delain (que começam amanhã!) para entreter os nossos fãs e ganhar novos. Também estamos desejosos do Metal Fest Hungary em Junho e o Metalcamp em Julho, talvez haja outra tour no inverno de 2011. Uma tour nos EUA ou no Japão, talvez um dia, se torne realidade. E nós vamos trabalhar muito na escrita do próximo álbum para lançarmos um álbum ainda melhor que Death & Legacy no fim de 2012 (esperamos), ou inícios de 2013. Fazermos uma tour como cabeças de cartaz, filmarmos um DVD... Existem muitos planos na nossa mente, vamos ver quantos deles se tornam realidade! Entretanto, visitem Serenity camp para as nossas últimas novidades em www.serenity-band.com!


Entrevista por Patricia Torres