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Entrevista aos Contradiction


Os thrashers germânicos Contradiction irão actuar novamente em Portugal este ano, desta feita em três datas, no Moita Metalfest, no WarmUp do Moita Metalfest que se realizará no Metalpoint no Porto e no Ovelha Negra na Marinha Grande. Motivos mais do que suficientes para quem ainda não conhece esta óptima banda do thrash underground alemão, ficar a saber mais sobre a mesma nesta entrevista que fizemos ao vocalista/guitarrista Oliver Lux.

M.I. - Vocês têm actuado muitas vezes em Portugal nos últimos anos, tendo ido ao Mangualde Hardmetalfest, ao Metal Gdl, entre outros eventos e este ano vêm ao nosso país mais três vezes, ao Moita Metalfest e mais dois concertos, no Porto e em Leiria. O que têm achado do público Português?

Bem, desde o primeiro dia em que estivemos em solo português, sentimo-nos muito benvindos e fizemos óptimas e duradouras amizades. Nós simplesmente gostamos muito do país e das suas pessoas.



M.I. - Nas vossas várias passagens por cá, partilharam o palco com várias bandas. Com quais gostaram mais de actuar e quais são as bandas Portuguesas que gostam mais?


Essas são claro bandas como Switchtense, Pitch Black e Seven Stitches ... rapidamente nos tornamos bons amigos e eles todos fizeram seu melhor para proporcionar bons concertos também. É dificil explicar por palavras o valor que damos a isso. Mas também gostámos de partilhar o palco com muitas outras bandas portuguesas como os The Ransack, Endamage, Angriff, Echidna, Gates Of Hell... vocês têm uma cena muito porreira aí.



M.I. - A que se deveu o hiato em termos de álbuns longa duração entre "All We Hate" de 1995 e "Contaminated" de 2003? Pelo meio apenas lançaram o EP "Good Company".




Tivemos grandes problemas com a nossa antiga editora que nos levaram a caminhos diferentes finalmente, por decisão do tribunal. Estivemos muito envolvidos em negócios e começámos a perder a paixão pela música por causa disso. Felizmente, ficámos juntos e ensaiámos com regularidade, mas levámos anos para nos recuperarmos completamente e gravarmos um novo álbum para um novo começo. O EP "Good Company" de 1998, foi uma expécie de prova de vida que a banda ainda estava por aí. Só em 2003 estivemos prontos a voltar á música, mais uma vez.




M.I. - Leif Jensen dos Dew-Scented foi convidado no último álbum e canta no tema título e em "Domesticated". Porque o decidiram convidar?


É muito simples: ao longo dos anos nos tornámos bons amigos, o que é um motivo suficiente para tal. Além disso a sua voz encaixa bem em algumas das nossas faixas (risos)



M.I. - O vosso último álbum "The Essence of Anger" já é de 2009. Para quando um novo álbum? Compuseram algum material durante este tempo?


Não, infelizmente não encontramos tempo para compor novo material até agora, mas vamos começar logo após tocarmos em Portugal. Um novo álbum pode possivelmente ser esperado para o início de 2012, penso eu.


M.I. - Os Contradiction têm lançado óptimos álbuns. Pensas que o facto de terem aparecido e começado a lançar álbuns numa altura em que o interesse no thrash metal diminuiu bastante, impediu a banda de ter o reconhecimento merecido?

Possivelmente estás certo... durante muitos anos nós tivemos que lutar contra o facto de o Thrash Metal não ser nada popular. Certa vez eu estava a procurar bandas de suporte locais para uma tour alemã, mas não havia nenhuma além das poucas que nos acompanharam, ao longo dos anos. Pode-se facilmente dizer que os Contradicton e apenas algumas bandas mantiveram a cena thrash underground alemã viva durante este período. Hoje é uma cena muito poderosa novamente o que nos agrada.



M.I. - Passados 21 anos de banda, que balanço fazes da vossa carreira?


Vamos comemorar o 22º ano já em Maio. Estamos satisfeitos, mas sabemos que tivemos azar muitas vezes... caso contrário algo maior poderia ter sido possível. O forte feedback que recebemos do nosso trabalho é o que nos faz continuar. Durante destes anos, passámos grandes momentos e tours, viajámos por vários países, conhecemos muitas pessoas porreiras e fizemos amizades que irão certamente durar. O que mais podemos pedir? Somos realmente apaixonados pela nossa música... que é o mais importante e muitas pessoas disseram-nos que demonstramos isso quando tocamos ao vivo.



M.I. - Sei que é uma pergunta por vezes complicada de responder, mas dos seis álbuns que os Contradiction lançaram, quais foram os que te deixaram mais realizado?


(risos) Isso é realmente complicado... é melhor perguntares às outras pessoas. Temos um ponto de vista diferente sobre todos os álbuns: por exemplo, "The Voice of Hatred" é um álbum de regresso realmente forte, que ninguém esperava, principalmente depois de vários anos de hiato,"The warchitect" e "Essence of Anger" são mais gratificantes para nós em relação à composição dos mesmos. "All we Hate!" é um álbum que eu ainda gosto de ouvir, embora não seja tão thrash, tem um som bem pesado.


M.I. - Vocês praticam um thrash metal bastante rápido e poderoso e conseguiram uma identidade muito própria dentro do estilo. É importante para vós soarem apenas como Contradiction? Quando compõem um riff que seja demasiado parecido com outra banda, descartam-no?


Não, nós nunca descartamos riffs por esse motivo, só se não gostarmos do riff ou se o mesmo não tiver utilidade. E sim, é um grande elogio ter pessoas a dizer que "esta é uma canção típica dos Contradiction", porque de certa forma é uma grande conquista ser reconhecido por algum estilo específico ou riff.



M.I. - Qual é a tua visão acerca do estado actual do metal a nível mundial?


O Metal parece estar a explodir em todos os lugares ... com tantas bandas, cenas e subgéneros que existem hoje em dia. Nós simplesmente gostamos de ter a hipótese de tocar em tantos locais diferentes, que têm concertos de Metal hoje em dia.



M.I. - Presumo que tenhas muito orgulho da vossa carreira e longevidade. Quais são os objectivos que os Contradiction ainda pertendem alcançar?

Dar bons concertos e conhecer pessoas porreiras. Desfrutar da música e o resto virá. Alguns países e festivais em que nunca estivemos seria muito bom também. Quando olhamos para trás vemos que não perdemos nada: conseguimos muito mais do que pretendíamos quando começámos.


M.I. - Obrigado por terem aceite esta entrevista. Vemo-nos no Moita Metalfest!!


Obrigado por nos terem entrevistado e vêmo-nos por lá.. esperem um concerto destruidor! (risos)




Entrevista por Mário Rodrigues