About Me

Cavalera Conspiracy - "Blunt Force Trauma" Review

Após a ligeira desilusão que foi o álbum de estreia do projecto que juntou os irmãos Cavalera novamente após mais de dez anos separados, eis que surge o segundo, este “Blunt Force Trauma” e que também desmistifica a teoria deste ser apenas um projecto que vive apenas à sombra de uma memória, a memória do que os Sepultura foram até 1996. Cavalera Conspiracy assume-se então como uma verdadeira banda com mais intuitos além dos meramente comerciais. Se a identidade musical do anterior “Inflikted” desiludiu quem esperava ouvir a continuação ou recuperação daquilo que os Sepultura fizeram no passado, quando ambos ainda faziam parte da banda, aqui talvez esse sentimento seja diluído um pouco. Quer porque esse sentimento já não é tão acentuado, isto é, já ninguém espera que tenhamos uma amostra do que os Sepultura eram, quer porque a qualidade deste segundo álbum é suficiente para que se sustente sozinho, mesmo com algumas comparações – quer com Sepultura, quer com Soulfly. E as comparações continuam a ser o seu maior calcanhar de Aquiles. Se as com Sepultura já estão um pouco ultrapassadas, as com Soulfly, não. É quase impossível conseguir-se discernir as diferenças entre os últimos trabalhos de Soulfly e a música dos Cavalera Conspiracy, mesmo que aqui o foco seja principalmente os ritmos e a agressão do thrash, aliado à atitude punk/hardcore e não haja lugar para experimentações de sonoridades étnicas ou qualquer outras que não as referidas primeiramente.

É esse foco concentrado a sua maior força fazendo com que faixas como a “Warlord” que abre o disco e a “Killing Inside”, single de avanço, sejam verdadeiramente explosivas. Max está mais raivoso que nunca e consegue contagiar-nos, de maneira positiva, essa raiva e inconformidade. Outros pontos altos são a faixa “Torture”, “Lynch Mob” (com a participação especial de Roger Miret, vocalista dos Agnostic Front) e a faixa título. A curta duração do álbum (pouco mais de quarenta minutos se contarmos com as três faixas bónus da edição especial: Psychosomatic, Jihad Joe e a cover dos Black Sabbath, Electric Funeral) ajuda a que também se torne mais viciante. A formação da banda apenas teve a mudança de baixista, Joe Duplantier, que tocou baixo em “Inflikted”, saiu por não ter disponibilidade para tocar ao vivo (não conseguindo conciliar os seus Gojira onde é vocalista e guitarrista), sendo substituído por Johnny Chow, (também integrante nos Fireball Ministry). A banda está coesa mas quem brilha mesmo é Marc Rizzo, que rouba as atenções todas. Ele é leads, ele é solos, ele é licks. Do início ao fim, essa cor extra – que não estava tão presente anteriormente – faz a diferença e faz deste um álbum de peso essencial para 2011. Peso com qualidade, surpreendente qualidade, para quem não dava muito por Cavalera Conspiracy.

Nota: 8.3/10

"Blunt Force Trauma" Track List:

01. Warlord
02. Torture
03. Lynch Mob
04. Killing Inside
05. Thrasher
06. I Speak Hate
07. Target
08. Genghis Khan
09. Burn Waco
10. Rasputin
11. Blunt Force Trauma
12. Psychosomatic (bónus)
13. Jihad Joe (bónus)
14. Electric Funeral (bónus)



Review por Fernando Ferreira