About Me

Helloween – "7 Sinners" Review

Para começar bem o ano, nada como uma boa surpresa. A carreira dos Helloween sofreu três duros golpes: saída de Kai Hansen, o fracasso comercial de “Chamelon” e consequente tour e o abandono de um vocalista carismático como Michael Kiske, no entanto a entrada de Roland Grapow e Andy Deris foram bem sucedidas considerando o peso daqueles que substituíram. Aos poucos, esses golpes foram ultrapassados devido à identidade própria que foi criada nessa nova era. Embora fossem sempre alvo de comparações com o passado, conquistaram o seu espaço e novos fãs. Uma certa estabilidade. Mesmo com mudanças de formação inesperadas – saída de Uli Kush e Roland Grapow, esse mesmo caminho foi mantido. Após um lançamento comemorativo que levou tantos louvores como apupos, não era certo a direcção em que a banda iria seguir, já que “Unarmed” consistia da reinterpretação dos clássicos da banda numa vertente acústica/jazz/sinfónica. Com esse último lançamento ainda fresco, e principalmente as reacções que provocou, este álbum cai como uma bomba.

O riff com um certo travo oriental da faixa de abertura “Where The Sinners Go” captou-me a atenção e imediatamente fiquei com um bom pressentimento em relação ao que aí vinha. E o que vinha era peso, um refrão potente e um solo que me fez bater o pé e mexer os dedos sem me aperceber. Ritmicamente poderosa. E as faixas foram-se seguindo e o poder não baixou o nível (“Are You Metal?” - Haverá algum título mais elucidativo de intenções que este?; “Who Is Mr. Madman?” – continuação lírica de “Perfect Gentleman”, uma agradável música com um certo teor pop. Esta faixa tem a introdução narrada pr Biff Byford, vocalista e líder dos Saxon, enquanto esta mesma narração dura, consegue-se ouvir no final a melodia base para “Perfect Gentleman”. Depois dessa introdução eis que explode mais um riff de guitarra pulsante e mais um refrão viciante que tem o dom de o querer repetir e fazer headbanging simultaneamente; “Raise The Noise” – outra vez, guitarra a rasgar um poderoso riff e um refrão tipicamente Helloween mas mais pesado).
Na quinta faixa temos um ligeiro abrandar do ritmo, mas não na qualidade. “World Of Fantasy” com mais um refrão realmente Helloween por todos os poros. Para quem não sabe o que é um refrão Helloween, é aquele que faz o ouvinte cantá-lo sem se aperceber, mais que não seja dentro da sua cabeça. É uma característica da banda e este álbum não está isento dela.
“Long Live The King” entra a matar e simplesmente não dá hipótese. O ritmo desta música é quase Death Metal, onde o baterista castiga o seu instrumento no refrão furiosamente. Deris também mostra a sua raiva como poucas vezes o fez no passado, se é que o fez alguma vez a este nível.
“The Smile Of The Sun” volta a abrandar as coisas a níveis já mais reconhecíveis, ou seja, a famosa escorregadela pop. Todos os álbuns dos Helloween, desde “Pink Bubbles Go Ape”, têm uma música ou mais em que ficariam bem juntas com aquelas que dão todos os dias nas rádios vezes sem contas. No entanto, normalmente, não são músicas más e costumam ficar no ouvido facilmente. A “The Smile Of The Sun” não é excepção.
E seria expectável que daqui até ao final, a intensidade fosse abrandar, afinal esta é uma banda com mais de vinte e cinco anos de carreira e não esqueçamos o último lançamento, onde experimentaram reinventar-se noutros estilos de música. Grande engano. Até o final, é mais um desfile de faixas fortes, poderosas, do início ao fim, superando qualquer expectativa que alguém pudesse ter sobre este lançamento. É a prova mais flagrante de vitalidade que vi/ouvi uma banda deste calibre dar neste momento da sua carreira.

Recomendo a todos aqueles que os deixaram para trás devido a um certo marasmo que se instalou nas suas composições durante a década passada, para aqueles que os puseram de lado desde que Deris tomou conta do microfone. Este é um álbum que pode converter qualquer um à causa Hellowen, um álbum poderoso, onde praticamente todas as músicas são clássicos instantâneos. Onde a interpretação está puxada ao extremo - Dani Löble, baterista, simplesmente domina pelo disco todo – e o resultado é extremo também. Na satisfação
Sem exageros, este deve ter sido o álbum Power-Metal de 2010. Que raio, é o álbum da década dos Helloween.

Nota: 9/10

"7 Sinners" track list:

01. Where The Sinners Go
02. Are You Metal?
03. Who is Mr. Madman?
04. Raise The Noise
05. World Of Fantasy
06. Long Live The King
07. The Smile Of The Sun
08. You Stupid Mankind
09. If A Mountain Could Talk
10. The Sage, The Fool, The Sinner
11. My Sacrifice
12. Not Yet Today
13. Far In The Future




Review por Fernando Ferreira