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Hail Of Bullets - "On Divine Winds" Review

Segundo álbum dos Hail Of Bullets, super-grupo holandês constituído por nomes como Martin Van Drunen dos Asphyx (também ex-vocalista dos Pestilence, Comecon e Bolt Thrower), Ed Warby (de um número infindável de projectos e bandas como Gorefest, Elegy , Orphanage, Ayreon e Star One para dizer apenas alguns), Stephan Gebedi (Thanatos), Paul Baayens (também Thanatos e Asphyx) e Theo Van Eekelen (ex-Thanatos e ex-Houwitser), que indica logo à partida que o vamos ter aqui é death metal de qualidade. Para aqueles que não sabem ao que vêm, o que podemos ouvir neste “On Divine Winds” não é bem uma soma de todas as bandas mencionadas anteriormente e sim uma espécie de evolução de uma delas: Bolt Thrower.

Se tivermos em conta que se trata de uma espécie de álbum conceptual sobre a Segunda Guerra Mundial no Pacífico (o anterior e álbum de estreia “…Of Frost And War” falava da frente do leste da Europa, também na Segunda Guerra Mundial) e que a principal componente lírica é bélica… Bolt Thrower é mesmo o que vem à mente. O que pode ser um problema já que a originalidade é um factor muito importante que deve ser levado em conta. No entanto, assim que a intro orquestral “The Eve Of Battle” começa a soar, não se consegue evitar de pensar que os Bolt Thrower (BT para abreviar) nunca fizeram algo assim. Um avião cai e começa a “Operation Z” que é empolgante mesmo com as aproximações a BT. Tem nervo, tem harmonias de guitarras, tem melodia, mudanças de tempo, tudo a fluir naturalmente.

Esta primeira música é protótipo do que se encontra ao longo do álbum. Faixas como a “Full Scale War” e “On Choral Shores” mostram-nos tanto ritmo lento e compassado num momento, mas que têm aquele groove à BT, como injectam velocidade e tornam tudo muito mais interessante no momento seguinte. E aquelas melodias que se tornam refrões que se colam ao cérebro e não descolam mais. E sim, estamos a falar de Death Metal Old School.

Quando se poderia prever que o álbum está a perder o gás, eis que temos as duas melhores faixas a terminá-lo com “Kamikaze” a usar o truque já empregue anteriormente, ritmo frenético no inicio e melodia a ficar na cabeça como resina a finalizar, começando depois a “To Bear The Unbearable” com o mesmo tipo de melodia e com um toque de génio nos arranjos simples de teclados e o ritmo compassado e lento mas não mortiço. Aquela magia à BT.

Não é positivo passar toda uma crítica de uma banda usando outra como comparação, e neste caso, é mesmo inevitável. No entanto, não é um factor negativo, por incrível que pareça. Para todos os fãs de BT, este álbum é um upgrade. Tudo o que gostaram na banda britânica e nos seus álbuns clássicos, aqui, neste “On Divine Winds”, vão encontrar a dobrar. Será uma surpresa para quem não conhecia a banda mas esses irão ficar fãs de certeza. Para todos os outros que acham BT demasiado aborrecido, então também é recomendado ouvir, porque de certeza que não irão resistir à eficiência da simplicidade que a boa música tem.

Provavelmente, o melhor lançamento de Death Metal na vertente Old School de 2010.
Como nota de curiosidade apenas o facto que “Divine Wind” é a tradução para inglês da palavra Japonesa “Kamikaze”.

Nota: 8.9/10

"On Divine Winds" track list:

01. The Eve Of Battle

02. Operation Z

03. The Mukden Incident

04. Strategy Of Attrition

05. Full Scale War

06. Guadalcanal

07. On Coral Shores

08. Unsung Heroes

09. Tokyo Napalm Holocaust

10. Sugar Loaf Hill (Digibook - tema bónus)
11. Kamikaze

12. To Bear The Unbearable



Review por Fernando Ferreira