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Firewind - "Days Of Defiance" Review

Se antes havia uma certa curiosidade sobre o que Gus G. fazia, agora, após a integração na banda de Ozzy Osbourne, essa curiosidade é redobrada, mas poderá haver uma certa decepção para aqueles que esperavam que os Firewind mudassem o seu rumo. Não há grandes surpresas por aqui mas ao contrário do que se possa pensar, este não é um factor negativo. Apesar de poder haver um acréscimo de interessepor parte de fãs de Ozzy Osbourne e de poderem capitalizar com isso,os Firewind não despersonalizam nem um pouco o seu som. Nem tão pouco
Gus G. cai na tentação de usar os Firewind como forma de auto-indulgência e mostrar a todos o quão bom é. E ele é realmente bom. E é esse o grande trunfo da banda e do seu trabalho, temos uma banda a sério, músicas a sério e não apenas uma desculpa para mostrar a eficiência técnica dos seus executantes e o exemplo perfeito é a instrumental “SKG”, onde há uma interessante “luta” entre a guitarra e as teclas, a cargo de Bob Katsionis, sem longos solos
auto-indulgentes.

A vertente neoclássica está bem representada mas há outros elementos adicionados aqui que nos distanciam do neoclassicismo moderno e nos remete para sonoridades mais old school, nomeadamente a voz que nos faz remeter para nomes como Dio, Gillan, Coverdale, tendo uma
tonalidade mais quente e não propriamente a forçar constantemente os agudos. Sobriedade e peso é a conjugação ideal que encontramos, desde a abertura acústica, seguida de um riff com raça, de “Ark Of Lies”; passando pelos refrões evocativos de “World On Fire”, “Chariot”,
“Embrace The Sun” (que tem também umas certas reminiscências de Abba… e resulta!), “Cold As Ice”, “Losing Faith” e a “The Yearning” com o seu ritmo bem pesadão; continuando com o ritmo mais acelerado de “Heading for The Dawn”, “Kill In The Name Of Love”; a power-ballad
“Broken” que consegue ser emotiva sem ser lamechas – grande solo de guitarra – e que tem um imenso potencial radiofónico; e terminando na já mencionada “SKG” que é uma das grandes faixas do álbum em conjunto com aquela que o fecha: “When All Is Said And Done” onde todos os elementos anteriormente citados se conjugam na perfeição.

A edição digipack ainda vem com três faixas bónus: “Wild Rose”, uma música mid-tempo, quase power ballad que não deixa de ser interessante; a furiosa “Ride To The Rainbow’s End” que simplesmente arrasa; e a cover “Breaking The Law” dos Judas Priest (gravada inicialmente a pedido da Metal Hammer do Reino Unido, para um tributo à clássica banda de metal), devidamente personalizada e com um resultado final bem acima da média.
E é também acima da média, a qualidade deste álbum dos Firewind (com faixas bónus ou não), com capacidades comerciais inesperadas para uma banda cuja música não se desvirtuou nem um pouco a sua personalidade.
É, portanto, um grande álbum de metal na sua vertente mais tradicional, embora também bem enquadrado no que se vai fazendo actualmente. Vale a pena.

Nota: 8/10


"Days of Defiance" track list:

01. The Ark Of Lies
02. World On Fire
03. Chariot
04. Embrace The Sun
05. The Departure
06. Heading For The Dawn
07. Broken
08. Cold As Ice
09. Kill In The Name Of Love
10. SKG
11. Losing Faith
12. The Yearning
13. When All Is Said And Done
14. Riding On The Wind (exclusivo iTunes)



Facebook Oficial: http://www.facebook.com/firewindofficial


Review por Fernando Ferreira