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Entrevista aos Seven Stitches


“When The Hunter Becomes The Hunted” dos Seven Stitches é sem dúvida um dos grandes álbuns nacionais de 2010. É acerca desse trabalho entre outros assuntos da actualidade da banda que falámos com Pica, o vocalista deste grupo de Grandola que têm a ambição legítima de chegar além-fronteiras.

M.I. - Os Seven Stitches com este grande álbum de estreia colocam-se na linha da frente do metal nacional. Um dos vossos próximos passos além actuar ao vivo para promover o actual trabalho será com certeza compor um álbum que seja pelo menos tão bom como este com vista a consolidar o vosso nome, estou certo?

Sem dúvida que os nossos próximos passos serão esses, se bem que na parte de tocar ao vivo podemos juntar a ambição de chegar lá fora, não só que o disco chegue lá fora mas tambem que nós como banda possamos mostrar a força da nossa música ao vivo nos palcos Europeus e não só.
Digamos que estamos a trabalhar para isso (risos).
Em relação a um novo disco, também o estamos a preparar, já existem alguns riffs, mas é em Janeiro que nos vamos juntar à volta deles e começar a trabalhar em força nas ideias, tenho o feeling que vamos fazer um álbum ainda mais forte que este, pois queremos muito evoluir como músicos e isso só nos pode levar a um disco mais forte e ambicioso.


M.I. - E a nível internacional... têm alguns objectivos?

Temos muitos (risos) não sabemos ainda se todos possíveis mas... acredito que no próximo ano vamos conseguir fazer uma mini tour pela Europa, pelo menos é nesse sentido que estamos a trabalhar, também gostavamos de arranjar distribuição para o disco a nível internacional, veremos o que acontece nos próximos meses.


M.I. - Qual o feedback que têm tido do álbum para já por parte da imprensa?

Os feedbacks começaram devagar mas foram muito bons, o disco tem tido excelentes críticas por parte da imprensa, o que nos deixa satisfeitos , pois sabemos o potencial do álbum e deixa-nos felizes por esse valor ser reconhecido por parte da imprensa e não só.


M.I.- Como têm corrido os concertos de promoção de "When The Hunter Becomes The Hunted"? Quais as reacções do público aos temas?

Os concertos têm corrido bem, mas é a partir de Janeiro que vamos para a estrada de uma forma mais organizada e consistente, e espero que sejam bons concertos para nós e para quem nos vai ver.
As datas que fizemos até agora foram boas, mas queremos mais, mais de nós banda e por consequência mais do publico que nos vê (risos)


M.I. - O álbum conta com dois vocalistas convidados, o Hugo Andrade dos Switchtense no tema "In Between" e de Sergio Afonso dos Bleeding Display no tema "Ultimate Devastation". Foram escolhas óbvias para vocês?

Para nós sim (risos), aquelas partes onde encaixamos os convidados foram verdadeiros desafios para eles e a prestação deles foi brutal, conseguiram sentir as coisas como nós as sentíamos e completaram as músicas em questão como nós as idealizamos.
São duas grandes vozes do metal nacional, que não precisam de apresentação e em especial no caso do Sergio foi bom ver ele adaptar aquela grande voz a uma métrica e registo que não usa nos Bleeding display e ver como o resultado final foi brutal.


M.I. - Que temáticas abordaste nas letras que "When The Hunter Becomes The Hunted"?

Inicialmente era para ser um disco com um só conceito, humanidade vs natureza, explorando a forma como temos estado a destruir tudo à nossa volta, com o passar do tempo percebi que havia um potencial bem maior naquele título, o que me levou para a forma como nós nos destruimos a nós próprios sem a ajuda de ninguém, como o nosso cérebro é complexo e como hoje em dia ficar lúcido é um desafio constante, como os nossos fantasmas nos podem moldar e acompanhar para sempre, como nos destruímos sem a ajuda de ninguém.


M.I. - O vosso álbum está bem poderoso e muito técnico. O que podemos esperar do próximo álbum da banda? Continuidade?

Evolução... evoluímos muito neste disco, vamos continuar a evoluír no próximo, vamos explorar e experimentar, sempre com muito peso... Acho que o próximo será ainda mais pesado (risos).


M.I. - Consideras que os já 8 anos de banda, com vários concertos, duas demos e um split foram importantes para a vossa maturidade actual e para a vossa evolução enquanto músicos?

Claro que sim, se calhar percorremos um caminho longo demais aos olhos de algumas pessoas, pois só 8 anos depois lançamos o primeiro album, mas tinha mesmo que ser assim, olhando para trás vejo que tudo o que vivemos como banda nos moldou desta forma, muita coisa se perdeu pelo caminho e muita coisa se ganhou, o importante é poder dizer a cada concerto “Nós somos os Seven Stitches e viemos de Grandola no Alentejo” sempre como o mesmo orgulho e força de quem lutou muito para chegar aqui e sente que este disco é só o começo (risos).


M.I. - A banda conta já com 8 anos de actividade. Não vou perguntar a tua opinião acerca dos últimos 8 anos do metal nacional mas de como imaginas que vão ser os próximos?

Acho que vão ser cheios de qualidade e de boas bandas, cada vez mais há melhores músicos e melhores bandas, o que nos confere um futuro risonho nesse aspecto, o problema é que a quantidade de bandas por esse mundo fora faz com que cada vez mais seja difícil conseguir furar e conseguir uma oportunidade de lançar um disco por uma editora maior e que leve a tua musica mais além, mas acredito que será só uma questão de tempo até vermos o nosso metal a dar cartas a sério lá fora.


M.I. - Qual é o status actual da outra banda que tens com o Bixo e o André Tavares, os Spoiled Fiction?

Está em stand by, o Tiago (guitarra) já voltou para Lisboa, só o Isidro (bateria) continua em Barcelona.
De momento não há planos para gravar nada, mas isso vai acontecer mais tarde ou mais cedo, pois é uma banda em que nos dá um prezer enorme tocar, uma banda sem merdas, só puro metal cheio de groove, por acaso tenho saudades de berrar aquelas músicas (risos), mas de momento estamos muito empenhados em promover o disco de Seven e em compor o próximo, pelo meio veremos... quando for altura todos o vamos sentir e vamos ter aí um disco de Spoiled Fiction.


M.I. - O ano está quase a terminar. Qual o balanço que fazes acerca deste ano na carreira dos Seven Stitches? E o que podemos esperar da banda no ano que se avizinha?

Foi um ano importante pois assinala a nossa estreia com “When the hunter becomes the hunted”, mas acho que o próximo vai ser ainda mais importante para nós, vamos batalhar para que assim seja.
Daqui a um ano estaremos aqui para ver como foi, até lá é lutar e fazer acontecer.
Viva o Metal.


Entrevista por Mário Rodrigues