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Entrevista aos Tarsish


Os Tarsish são uma banda Lisboeta formada em 2008, que lançou uma demo em 2009 e já se encontra a trabalhar no seu primeiro EP que tenciona gravar em 2011. Entrevistámos o seu guitarrista Marco Catoja, que nos falou mais sobre este projecto nacional.

M.I. -Os Tarsish são uma banda relativamente recente, tendo-se formado em Abril de 2008. Conta um pouco da vossa história para os nossos leitores que não vos conhecem.

Bom, tudo começou em meados de Abril de 2008, quando eu e o Bruno (baterista) e mais uns amigos decidimos fazer uma pequena Jam Session, as coisas correram bem e logo apareceram riffs e ideias para construir umas músicas, nessa altura tínhamos uma voz feminina no line up. Desde então a banda sofreu algumas alterações, ou seja entrou o Pedro Canas para as teclas e logo de seguida saíram da banda a Filipa (voz) e o Fábio (guitarra), quando da saída desses dois elementos a banda começou a alterar toda a sua sonoridade, permanecendo sem vocalista desde Agosto de 2008 até Janeiro de 2009, é nessa altura que entra o Miguel para a banda, e tudo aconteceu por acaso. O Miguel foi ver um ensaio da banda e a meio do ensaio agarrou num micro e desatou a cantar uns versos, o pessoal gostou do que ouviu e foi ai que o convidámos a fazer parte da banda. Com a entrada do Miguel a banda adquiriu um som mais pesado e tudo o que tinha sido feito até então ou foi para o caixote ou teve que sofrer alterações. No meio deste processo Foram aparecendo novas ideias, e desde então a banda tem vindo a evoluir. Resumidamente é esta a história dos Tarsish.



M.I. -A música "Mourning Mist" tem uma parte oriental e "Under Nation Chaos" elementos progressivos. Algum destes casos é pontual ou são sonoridades a continuar a explorar pelos Tarsish no futuro?


Bom não diria que são casos pontuais, aliás quem já teve oportunidade de ver os Tarsish em concerto, reparou que existem outras musicas nossas onde utilizamos esse tipo de sonoridade, mas na verdade esses dois temas são os que têm essa sonoridade mais marcada. Se iremos explorar esses elementos/sonoridades no futuro, podemos dizer que sim, principalmente a parte progressiva, é algo com que todos os membros da banda se identificam.



M.I. -A letra do tema "Spell" é um poema de Fernando Pessoa publicado originalmente em Inglês. Diz-nos o porquê de terem adaptado esse poema a uma música vossa?

Isso é engraçado (risos), eu descobri esse poema num livro de Fernando Pessoa, entretanto guardei o poema comigo durante bastante tempo e no dia do Aniversário de Fernando Pessoa meti o poema no blog do meu myspace com uma referência ao dia em questão, e o Miguel, o nosso vocalista, escreveu um comentário do género, "devias fazer uma música para isso", não foi bem por estas palavras mas foi parecido, nesse mesmo dia à noite, agarrei nuns acordes que tinha feito para uma música e tentei juntar o poema, a coisa resultou e foi assim que apareceu a Spell, no ensaio mostrei ao pessoal, todos curtiram e a música ficou. Desde a gravação do Demo CD que essa musica sofreu uma pequena alteração, que foi a inclusão de um solo de guitarra.



M.I. -Os Moonspell são uma influência notória na vossa sonoridade, entre outras bandas. Achas que os Moonspell são um exemplo a seguir? Pergunto isto não tanto em termos musicais mas sim em termos de carreira.


Sim sem dúvida, em termos de carreira são um exemplo a seguir. Digo isto porque os conheço pessoalmente e sei o quanto trabalharam para estarem onde estão. Em termos de sonoridade, sabemos que nos têm conectado bastante com os Moonspell, embora nunca fosse nossa intenção seguir por esse caminho, sempre quisemos ter a nossa sonoridade mas sabemos e estamos conscientes que temos algumas musicas que soam bastante aos primórdios dos Moonspell. Voltando à questão da carreira, era bom ver mais bandas Portuguesas no mesmo patamar que os Moonspell, mas para isso há que trabalhar muito, infelizmente em Portugal a maior parte do pessoal desiste com facilidade. Na música, às vezes para não dizer muitas vezes, é preciso abdicar de muita coisa para atingirmos os nossos objectivos e quando não o fazemos o mais certo é não sairmos do mesmo sítio.



M.I. -Em que ponto está a composição do vosso primeiro EP?

Neste momento e com a saída do Ricardo Reis, as coisas atrasaram-se um pouco, para não dizer bastante, isto porque após a saída do Ricardo resolvemos repensar todas as ideias que tínhamos até então. Com isto quase que tivemos que recomeçar do zero, mas é algo que não nos preocupa, pois queremos apresentar um trabalho com qualidade e com o qual a banda se identifique, não quero dizer com isto que não nos identificamos com o que fizemos no Demo CD, mas neste momento a banda quer subir para um novo patamar e apresentar algo mais próximo daquilo que julgamos ser a nossa sonoridade. Sabemos que possivelmente já não iremos conseguir entrar em estúdio no final deste ano como estava agendado, mas estamos a trabalhar para o conseguirmos durante o primeiro trimestre de 2011, vamos ver como irá evoluir todo o processo.


M.I. -Pensas que o facto de agora a banda ter mais tempo de existência e com isso os elementos se conhecerem melhor será importante para a evolução da vossa sonoridade?

Sem dúvida, neste momento temos muito mais facilidade em termos de composição e de sabermos o que cada um de nós está a pensar para um determinado riff, por exemplo eu chego ao nosso estúdio de ensaio com uma ideia e mostro essa ideia ao pessoal, e eles já sabem o que eu pretendo que eles façam. Já é quase como ler-mos os pensamentos uns dos outros, obviamente que também temos os nossos momentos de tensão, e sem eles era impossível evoluir ou criar algo, são esses momentos de tensão que muitas vezes acabam por nos abrir os olhos e fazem-nos chegar a um consenso, sem eles isto não teria piada.


M.I. -É difícil para vocês conciliarem a banda com a vossa vida profissional e pessoal?

Por vezes torna-se muito complicado conciliar as coisas, ainda se torna mais complicado quando temos família, ou seja mulher e filhos, como é o caso de alguns de nós. Tentamos fazê-lo da melhor forma possível, mas às vezes temos de abdicar de sair com a família para irmos ensaiar e por vezes isso causa alguns atritos (em casa) que temos que saber contornar e compensar. Em termos profissionais também se torna difícil pois temos de conciliar as coisas de modo a não prejudicar a nossa vida profissional, mas neste caso há sempre a possibilidade de meter um dia ou dois de férias caso a banda tenha algum concerto, e a coisa resolve-se.


M.I. - O Ricardo Reis saiu da banda recentemente e sei que já têm novo baixista. Quando pensam revelar quem é?

Hmm sim e não, posso adiantar que neste momento não é um membro integrante dos Tarsish mas sim uma pessoa que irá colaborar com a banda, quem sabe num futuro possa vir a fazer parte da banda, mas de momento irá apenas colaborar connosco. Temos agendado para o mês de Outubro uma data e nessa altura iremos apresentá-lo.


M.I. -Os membros dos Tarsish já estiveram noutros projectos ou esta é a vossa primeira banda para todos?

Sim, já estivemos todos em outros projectos, e alguns membros da banda ainda se encontram noutros projectos. Começando por mim posso dizer que o meu primeiro projecto foi com o Mike Gaspar dos Moonspell, na altura tínhamos para ai uns 15 anos. Posso dizer que se hoje toco guitarra devo isso ao Mike, pois nós estudávamos juntos e ele sempre me incentivou a tocar guitarra até que um dia resolvemos fazer uma banda, nunca passámos da garagem mas foi uma experiência que ficou guardada na minha memória e ainda hoje quando estou com o Mike, revivemos esses momentos em que andávamos de garagem em garagem com o material às costas. Entretanto seguimos rumos diferentes, eu ainda andei a tocar em bandas de covers por bares e mais recentemente numa mini orquestra, da qual o nosso teclista, Pedro Canas, faz parte, que por sua vez também toca numa Orquestra Sinfónica e dá aulas de música. Já o nosso baterista, Bruno, faz parte de vários projectos, entre os quais um projecto de percussão alternativa, onde utilizam vários tipos de materiais bem como utensílios caseiros nas suas actuações. O Bruno também costuma tocar com algumas Orquestras Sinfónicas, pois além de tocar bateria e percussão também toca saxofone e trompete, tirando isso a nível profissional é o único elemento da banda que vive da música, por assim dizer, pois é professor de música numa escola pública e tem a sua própria escola de música. E por fim temos o Miguel que fez parte de vários projectos musicais, de todos os membros da banda é o que leva mais anos ligado à música, fez parte de várias Orquestras, pois sempre tocou saxofone e chegou a fazer várias actuações com as mesmas pela Europa, também fez parte da banda de um programa televisivo entre outros projectos.


M.I. -Conta-nos quais são os teus guitarristas de eleição?

Boa pergunta, bom começo pelos Portugueses e posso dizer que um dos guitarristas Portugueses que sempre admirei é sem dúvida o Maestro Armindo Neves, possivelmente a maioria das pessoas não o conhece mas é sem duvida um dos melhores guitarristas da actualidade em Portugal, a seguir e sem dúvida nenhuma a minha eleição recai sobre o Paulo Barros dos Tarântula, e o Ricardo Amorim dos Moonspell. Em termos internacionais, será o Steve Rothery dos Marillion, John Sykes (ex-blacksnake), Zakk Wylde, John Petrucci, Chris Broderick, Marty Friedman, Gary Moore e mais uns quantos que agora não me lembro.


M.I. -Quais são os objectivos e ambições dos Tarsish?

Um dos principais objectivos dos Tarsish neste momento, é sem dúvida acabar de compor as músicas para o EP e entrar em estúdio para as gravar, bem como fazer o máximo de espectáculos possíveis para ganhar mais experiência de palco como banda e dar a conhecer a nossa música. Outro dos grandes objectivos da banda e penso que é algo em comum com a maioria das bandas, é conseguir levar os Tarsish o mais longe possível, tanto a nível nacional como a nível internacional, é para isso que trabalhamos todos os dia.



Entrevista por Mário Rodrigues