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Entrevista aos Paradise Lost


Os Paradise Lost praticamente dispensam apresentações. Formados em 1988 contam já com 12 álbuns de estúdio editados, o último "Faith divides Us - Death Unites Us" editado acerca de um ano teve uma excelente recepção tanto pela crítica como pelos fans. Já fizeram diversas visitas ao nosso país tendo actuado já no Super Bock, no Paradise Garage, no Cine-Teatro de Corroios e mais recentemente no Live Summer Fest nos Açores. Nick Holmes, vocalista, acedeu a falar um pouco connosco.

M.I. – Os Paradise Lost já remontam a ’88. Pessoalmente tenho seguido a vossa carreira desde o "Icon" e acabei por retroceder até ao "Gothic" e ao "Lost Paradise". Comparando os vossos trabalhos iniciais com o último, seria correcto afirmar que os Paradise Lost estão a voltar às origens?

Os nossos temas iniciais são muito mais Death Metal, os novos, embora pesados não lhes podemos chamar isso. Cada álbum é um capítulo novo, tentamos nunca olhar para o passado.


M.I. – Ainda acerca do regresso às origens, qual foi o o principal factor de mudança do “One Second” para o “Host”, e o que é que vos trouxe de volta?

Cada álbum é o resultado do que queremos fazer em determinada altura, nunca fomos alvo de pressão por parte de editoras por forma a tocar algum estilo específico. À medida que envelhecemos os gostos musicais também mudam, esses álbuns são o resultado disso.


M.I. - A maioria dos membros da banda (à excepção do baterista) têm sido os mesmo desde que começaram. Após 20 anos como decorre o vosso processo de composição?

Quando estamos a compor, a gravar e em tour, o tempo passa muito depressa. Compomos da mesma maneira que sempre, em separado! Não fazemos “jams” como banda, pessoalmente não consigo lembrar-me de nada menos produtivo.


M.I. – Desde ’88 que mudou muita coisa. Novas tecnologias, novas maneiras de distribuição de musica, novos métodos de gravação, a internet... tudo isto aproximou os fans das bandas, no entanto a distribuição não controlada de música também foi prejudicial para muita gente. Sentes que os Paradise Lost foram afectados? Ou achas que existem alguns benefícios superiores às perdas?

Está tudo diferente do que estava à 20 anos e temos que aceitar esse facto. Todas as bandas sofreram com os downloads e é incrivelmente difícil viver da música neste momento, quanto mais viver bem da música. Temos que explorar outras alternativas para gerar lucro. Até os músicos têm o direito a ganhar a vida!


M.I. – Ainda sobre o mesmo assunto, como vês a industria musical dentro de 10/20 anos?

Penso que CDs não vão existir, e os downloads ilegais serão eliminados, algum sistema de “jukebox virtual” deverá existir. Paga-se uma pequena subscrição e pode-se fazer stream do que se quiser, a qualquer altura no nosso leitor de mp3. Legalmente!


M.I. - O vosso novo álbum.. as reviews têm sido boas, os vossos fans estão muito satisfeitos, e a banda?

Adoramos! Estamos muito satisfeitos!


M.I. - Como foi o processo de gravação do vosso novo álbum? Que tipo de objectivos tinham definidos?

Antes de gravar um álbum preparamos tudo. Não gostamos de perder tempo a testar ideias a partir do momento que o relógio está a contar! Claro que nem tudo corre como planeado mas tentamos ter 90% do material pronto antes de avançar para a gravação.


M.I. - Já vi os Paradise Lost em espaços grandes e em salas pequenas, na vossa opinião o que resulta melhor?

Eu prefiro espaços grandes, o equipamento por norma é muito melhor e não tenho os pratos a fazer barulho directamente atrás de mim!


M.I. - Após lançarem o “Faith divides Us – Death Unites Us” tiveram alguns meses ocupados em tour. Como foi a reacção dos fans aos novos temas quando os tocaram ao vivo?

Foi excelente. Os novos temas resultam muito bem. É algo que levamos em consideração quando escrevemos um álbum.


M.I. - Qual é a sensação de voltar atrás e tocar temas como o “Widow” ou o “As i Die”?

Ensaiar uma música como o “As I Die” é aborrecido, agora ao vivo é totalmente diferente uma vez que nos envolvemos com o público.


M.I. - Devido a problemas com o Greg, o Milly Evens tomou o lugar dele a vivo no final de 2009. O Greg já voltou a tocar convosco ?

Sim, está tudo bem com ele e ele está de volta!


M.I. - Olhando para as datas publicadas no vosso site, durante este ano tiveram menos actuações ao vivo. Alguma razão em especial?

Tivemos muitos concertos da tournée este ano, penso que a quantidade habitual! No entanto há alguns países que talvez tivéssemos falhado devido a razões inesperadas. Certamente não evitamos nenhum lado, penso que foi assim que acabou por acontecer...


M.I. – A última vez que tocaram em Portugal Continental foi em 2007, na tournée do “In Requiem”. Têm planos para voltar?

Sim! Nem acredito que já foi à tanto tempo. Se não tocarmos em nenhum festival aí, vamos escrever isso na contra capa do nosso (ainda por escrever) próximo álbum (risos).


M.I. – Por fim, alguma mensagem para os vossos fans em Portugal?

Obrigado pelo vosso apoio e espero conseguirmos ir aí tocar brevemente!


Entrevista por Richard Costa