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Entrevista aos Chaos In Paradise


Os Chaos In Paradise são uma banda do Porto formada em 2008 que lançou uma demo este ano, a qual foi disponibilizada pelo grupo para download gratuito no seu myspace. Entrevistámos a sua vocalista Sara que nos contou mais sobre a banda.

M.I. - Os Chaos In Paradise fazem já em Outubro dois anos de banda. Que balanço fazes dos vossos primeiros tempos?

Apesar de estarmos quase a fazer dois anos, a formação actual da banda existe há cerca de um ano. Este primeiro ano serviu para nos pormos à prova como indivíduos e principalmente como banda. Começamos a partilhar ideias e as coisas ganharam forma e compusemos as nossas primeiras músicas. Ensaiamos bastante juntos e eventualmente acabamos por decidir dar início aos nossos concertos. As coisas correram melhor que o que podíamos imaginar, a recepção do público foi óptima, as reviews que nos fizeram à demo foram sempre positivas e sempre tivemos o apoio de muito pessoal, especialmente de outras bandas que ensaiam no mesmo local que nós. Posso afirmar que foi um primeiro ano muito favorável e que superou as nossas expectativas. Contudo, sabemos que ainda temos muito que batalhar e estamos cientes que podemos fazer ainda melhor.


M.I. - Como se deu a tua entrada nos Chaos In Paradise? A banda estava desde início à procura de uma vocalista feminina?

Eu apareci num ensaio para uma audição a pedido do 19. Nessa altura, os restantes membros da banda ainda estavam a fazer audições a outros vocalistas, e não tinham definido se queriam uma voz masculina ou feminina, mas com o avançar do tempo penso que se tornou evidente para eles que o que pretendiam era uma voz feminina e chegaram a um consenso. Eu não tinha grandes expectativas de ficar com eles, mas quando fiz a audição senti que realmente queria fazer parte do projecto. Tentei demonstrar o meu interesse para que me aceitassem e hoje continuamos a nossa jornada. Mas posso dizer que a minha entrada foi difícil e tive de fazer alguns ensaios antes de me dizerem que ia ficar. ‘‘gato escaldado de água fria tem medo’’ …


M.I. - Tens alguma experiência como vocalista antes dos Chaos In Paradise ou tiveste lições de canto?

Na verdade, a minha experiência como vocalista é bastante reduzida. Apenas participei em duas bandas de covers. Tínhamos uma ou duas músicas originais e à parte de uns concertos em acústico, pouco mais fazíamos. Nunca tive lições de canto, apenas algumas dicas da maestrina de um grupo coral de música clássica em que participo desde os 13 anos, mas como não faço uso do canto lírico nos Chaos in Paradise, não acrescenta muito à minha experiência. Por isso, sei que ainda tenho muito a aprender e explorar e, também, muito que trabalhar em certos aspectos.


M.I. - Como correram os vários concertos que a banda deu ultimamente e como tem sido a reacção do público aos temas da demo?

Apesar de ainda termos dado poucos concertos, já tivemos tanto experiências más como boas, todas elas determinantes para o crescimento da banda. Conseguimos notar alguma progressão na consistência dos concertos, isto é, conseguimos assumir-nos como banda e transmitir o nosso espírito de união para o público, e digo isto com a certeza de como nos sentimos e também pelas opiniões que nos foram dadas, particularmente de pessoas que nos acompanharam de início e assistiram aos nossos concertos. As músicas da demo, bem como as outras que apresentamos nos concertos, foram bem recebidas e foram alvo de críticas positivas. Preocupamo-nos sempre em falar com o pessoal depois dos concertos para tentar perceber qual a impressão que passamos para fora do palco, e de facto quem vem ter connosco traz sempre um sorriso na cara e dá-nos força para continuarmos com o projecto.
É certo que para uma banda em início de carreira é sempre difícil conseguir cativar o público, mas, no geral, pelo que pudemos observar e absorver dos concertos, posso dizer que temos condições e razões para continuarmos a criar e partilhar a nossa música.


M.I. - Conta-nos como decorreu o processo de composição da vossa demo? Foi tudo muito pensado ou as ideias fluíram naturalmente?

Na altura em que decidimos lançar a demo tínhamos cerca de oito temas originais, alguns dos quais compostos anteriormente à formação definitiva da banda e outros que foram compostos de raiz após a mesma. O que acabamos por decidir foi quais desses temas seriam mais acertados para gravarmos de forma a dar a conhecer um pouco de nós. Assim, os temas apresentados na demo foram os que consideramos mais próximos do estilo que pretendemos apresentar futuramente. O processo de composição envolvido na demo desenvolveu-se a partir de uma mistura das várias influências que cada membro da banda possui e não pode ser assumido na sua totalidade como a nossa sonoridade, mas apenas como um pouco do que as pessoas podem esperar que esta será.


M.I. - Vocês disponibilizaram a demo para download gratuito no vosso myspace, o que deu possibilidade de todos os interessados ouvirem o vosso trabalho. Vão disponibilizar desse modo o vosso próximo trabalho também?

Para nós seria impensável distribuir de outra forma o nosso primeiro trabalho com uma produção caseira made in Chaos in Paradise rehearsal room!
Relativamente a um futuro EP, pensamos de uma forma diferente. As músicas já terão mais maturidade e serão elaboradas e pensadas com o que queremos que seja a verdadeira essência dos Chaos in Paradise, por isso mesmo vamos apostar numa produção mais profissional e com maior qualidade. Estas razões levam-nos a pensar que o EP não deve ser disponibilizado do mesmo modo que a demo, pelo menos não totalmente, e por isso mesmo vamos tentar tornar a experiência de compra mais atractiva para os interessados através da junção de uma oferta ao CD e vendê-lo a um preço acessível.


M.I. - Por falar em novo trabalho, sei que já estão a trabalhar num EP para ser lançado lá para o final de 2010. Como está a correr a composição do mesmo?

Estamos neste momento em estúdio a criar novas músicas que integrarão o EP. Já temos algumas linhas e ideias para novas músicas, mas até ao fim deste ano ainda temos muito que trabalhar e decidir. A nossa dedicação neste momento é 100% para a composição do EP e vamos concentrar-nos principalmente na elaboração do mesmo, deixando os concertos de parte por agora. As gravações estão condicionadas pela parte criativa, e dado que não estamos sujeitos à pressão de cumprir prazos por sermos independentes, a nossa prioridade é privilegiar a parte artística.


M.I. - A direcção musical do novo trabalho mantém-se ou estão com novas ideias para adicionar à vossa sonoridade?

Tendo em conta o que estamos a compor neste momento, nada aponta para que o trabalho que desenvolvemos até agora sofra uma alteração radical. Vamos explorar um pouco mais aquilo de que somos capazes e talvez surjam novos componentes nas nossas músicas, mas nada de muito divergente em comparação com o que já fizemos. Apenas posso garantir que o EP será mais fiel ao que pretendemos representar musicalmente. Têm de esperar para ver…e ouvir!


M.I. - Quais são as vossas bandas de eleição? Variam muito entre si?

Em termos de bandas de eleição posso dizer que temos algumas em comum, mas cada membro da banda tem um gosto musical distinto, desde gothic metal, death metal, passando pelo thrash e até mesmo rock alternativo. Cada um tem as suas influências musicais e é este o ponto de partida para a criação das nossas músicas, e por isso temos sempre em mente a satisfação de cada um e se alguém não gosta de um certo riff ou ritmo, tenta-se arranjar outra cena que agrade a todos!


M.I. - Vocês são um grupo jovem e espero que com muito futuro pela frente. Até onde vai a vossa ambição?

Nós somos uns ambiciosos não desmedidos, uns mais que outros, talvez porque já sabem como funciona o mundo da música e já têm alguma experiência. Temos os pés bem assentes na terra, todos remamos na mesma direcção e de facto a nossa vontade é levar o nosso projecto o mais longe que conseguirmos, sem queimarmos etapas. Queremos sempre agarrar as oportunidades que nos dão, quer seja em Portugal ou lá fora, sem nunca perder a nossa identidade. Por agora tencionamos continuar a criar e a definir o nosso estilo e sobretudo dá-lo a conhecer, através do nosso myspace e de concertos. Os princípios que nos regem são a música e, acima de tudo, a amizade que desenvolvemos uns pelos outros.

Queria aproveitar para agradecer à Metal Imperium pela oportunidade e felicitar-vos pelo trabalho que têm desenvolvido e a todos os que nos têm apoiado, incentivado e assistido aos concertos! Os interessados podem fazer download gratuito da nossa demo através do nosso Myspace em http://www.myspace.com/chaosinparadiseband.


Entrevista por Mário Rodrigues