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Entrevista aos Angriff


Os Angriff são uma banda de Thrash Metal nacional, com treze anos de carreira e créditos firmados no nosso metal. Falámos com o líder do grupo e único membro da formação original José Rocha, que nos respondeu a várias questões entre as quais acerca do óptimo EP "Art Of Agression", trabalho o qual estamos a fazer um passatempo para oferecer um exemplar.

M.I. - Os Angriff já podem ser considerados uma referência no Thrash Metal Nacional devido à sua qualidade, longevidade e preserverança. Como tens visto o Thrash Nacional durante estes anos de existência da banda?

O Thrash metal nacional tem estado muito activo ultimamente com o aparecimento de algumas bandas como ALCOHOLOCAUST, ATOMIK DESTRUKTOR, DEATHLAND, REVOLUTION WITHIN, PRAYERS OF SANITY, MOTORPENIS e de outras mais antigas que continuam a tocar como os WEB, PITCH BLACK, SWITCHTENSE...Existem tambem muitos festivais,concertos dedicados ao thrash que antes nao se vislumbravam,e tal como no resto do mundo,existe um revivalismo do Thrash também aqui em Portugal.
Penso que nos anos 90, as novas bandas tocavam na sua maioria Death metal e agora Thrash…e sim acho que existe pouca honestidade em algumas dessas novas bandas.

Quanto ao facto de te referires a nós como uma das bandas referencias do Thrash Nacional fico-te muito agradecido..pois sabes há quem ache que os Angriff não são suficientemente underground ou “true” para tocarmos em determinados festivais ou darmos entrevistas, a provar isso.. esta é a primeira que damos [risos].


M.I. - Como vês o panorama actual do Metal a nível internacional?

Vejo com agrado e desagrado. Por um lado aparecem muitas bandas novas com qualidade, festivais com grandes cartazes, por outro acho que as bandas clássicas com excepção de uma ou outra, já não fazem musica com o “feeling” que os fez ser grandes.
Mas o Metal como estilo de música é hoje muito mais aceite e compreendido, divulgado do que há uma ou duas décadas atrás e isso por um lado é bom mas por outro lado perdeu-se um pouco da “magia” que havia antes quando o estilo não estava tão exposto.


M.I. - Foste durante vários anos baterista nos Angriff e agora estás no baixo. Algum dos instrumentos dá-te mais gozo tocar ou ambos dão-te igual prazer?

Por incrível que te possa parecer, o instrumento que mais gosto até é guitarra ritmo, e é o que pratico mais em casa, adoro compor.
Entretanto gosto mais de bateria que baixo, mas estou a aprender também a gostar mais um pouco deste último [risos].


M.I. - Em treze anos de carreira houveram muitas mudanças de formação nos Angriff, sendo que és o único membro restante da formação original. Os novos elementos deram um excelente contributo no novo EP. É uma formação para continuar durante muito tempo, certo?

Sim, o contributo de cada um deles foi muito bom, houve empenho e dedicação dos elementos para que tivéssemos orgulho neste trabalho e acho que isso foi conseguido.
Quanto à continuidade deles, infelizmente e mais uma vez iremos perder alguns elementos brevemente por motivos de força maior e tal, como no passado, são contratempos que os Angriff e outras bandas terão que tentar superar mas que conscientemente sabemos que irá prejudicar a evolução da banda.


M.I.-Como descreves o EP "Art Of Agression" aos leitores da Metal Imperium que estejam curiosos em ouvi-lo?

Um EP de Thrash Metal old school,potente com riffs orelhudos!!!


M.I. - A teu ver, quais são as principais diferenças entre "Art Of Agression" e os anteriores trabalhos?

Este EP está com maior personalidade, mais bem conseguido do que os anteriores trabalhos, pois temos a nível técnico um linup mais forte, acertámos no estúdio pois a produção e o som do ep está acima de qualquer trabalho anterior, e também temos melhor qualidade a nível de material e maturidade de banda.
Mas também acho que no “Under The Decadence” já tínhamos boas malhas mas que por diversos factores não conseguimos expor para o CD o potencial dessas mesmas malhas.


M.I. - Os novos músicos da banda tal como tu, respiram Thrash Metal. Eles vieram já com experiência de outras bandas?

Só o vocalista e o baterista que tocava baixo tiveram pequenos projectos em Viseu mas que não tinham nada a ver com Thrash Metal e com pouquíssimos concertos realizados. Para o guitarrista, Angriff é mesmo a primeira banda.


M.I. - Para quando um longa duração com esta nova formação?

Como te disse anteriormente,a preocupação primária será encontrar novamente um line up e só depois é que poderemos pensar em outros objectivos.


M.I. - Tivemos oportunidade de vos ver ao vivo recentemente no Moita Metal Fest, onde interpretaram muito bem as novas músicas. O alinhamento mais à base dos temas novos é para continuar?

Sim, pretendemos tocar o melhor material que temos e os temas novos fazem parte do nosso melhor reportório, mas também tocar alguns temas mais antigos.


M.I. - Durante os já 13 anos de carreira, deves ter passado por vários grandes momentos mas também por muitos maus momentos. Alguma vez te deu vontade de desistir?

Claro que sim, por diversas vezes. Quando saem elementos são sempre situações complicadas e desmotivantes porque terás que refazer tudo de novo e tens que ter muita paciência para ensinar e integrar o novo elemento, não poderes avançar para a composição de temas novos por falta de tempo para ensaiar...mas o facto de ser um sonho de ter e manter a banda torna-se um verdadeiro desafio que pretendo fomentar.


M.I. - Já partilharam o palco com grandes nomes do Metal Nacional e Internacional. Com qual ou quais te deu mais gozo actuar?

Felizmente já podemos actuar com grandes nomes internacionais e as quais me deu mais gozo foi sem dúvida DESTRUCTION, TESTAMENT, SODOM, SEPULTURA, DISMEMBER, TANKARD, ROTTING CHRIST, entre outros mas também me deu prazer tocar com nacionais como MOONSPELL, R.A.M.P., e bandas amigas como PITCH BLACK, THE TEMPLE ou SWITCHTENSE.


M.I. - O que gostarias de dizer ao fãs de Metal que temos em Portugal, que não ligam ao que se faz por cá? Que mensagem lhes darias?

A mensagem que lhes queria transmitir é para que estejam atentos aos grandes talentos que temos em PT, aos lançamentos das nossas bandas, que compareçam nos concertos, festivais, que apoiem quem apoia a nossa cena.
Acho que chegámos ao fim da entrevista, quero-vos agradecer pelo apoio e atenção dispensada.



Entrevista por Mário Rodrigues