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Entrevista aos Biolence


Entrevistámos o vocalista/guitarrista César dos Biolence, uma banda de Vila Nova de Gaia que lançou recentemente o óptimo EP "Melodic Thrashing Mayhem", que é muito promissor em relação ao futuro da banda. César respondeu-nos a várias questões sobre os mais variados assuntos entre os quais o novo EP do grupo.

M.I. - Tendo vocês já 12 anos de carreira, diz-nos quais as razões pelas quais ainda só lançaram uma demo e este EP?

Basicamente, tivemos um percurso algo acidentado ao longo de todos estes anos, as alterações de elementos foram constantes e quando começávamos a sentir alguma estabilidade e nos preparávamos para entrar em estúdio, aparecia sempre algum percalço relacionado com elementos da banda! Por isso é que nunca, até agora ,conseguimos que as gravações se proporcionassem…mas apesar disso, felizmente, conseguimos manter as actuações ao vivo de forma constante. A filosofia sempre foi entrar em estúdio com estabilidade total e harmonia entre os elementos, porque para nós isso é algo que tem que transparecer na gravação, e por fim, acho que finalmente conseguimos. Esta formação veio para ficar e a sintonia entre elementos é total.


M.I. - Quais os vosso planos para agora? Lançar o vosso álbum de estreia em breve, ou os planos imediatos passam por promover e apresentar as músicas do EP ao vivo?

Não planeamos uma promoção muito intensiva para o EP, mas queremos promovê-lo. Este trabalho tem muito significado para nós visto que marca um ponto de viragem para a banda. Mesmo assim posso-te dizer que já estamos a preparar o álbum de estreia, já estamos a compor novos temas, que iremos juntar aos temas antigos que fomos compondo ao longo destes anos, portanto esperamos entrar estúdio novamente em breve.


M.I. - Estão plenamente satisfeitos com o resultado final deste EP ou agora mudariam alguma coisa no mesmo?

Estamos muito satisfeitos, a nível de produção está tudo muito bem trabalhado, todos os instrumentos são perfeitamente audíveis e o som está com bastante corpo, o que era essencial para nós. Existem pequenos detalhes que gostaríamos de aperfeiçoar, o que é perfeitamente normal. O nosso objectivo, como músicos ambiciosos que somos, é manter uma evolução constante de trabalho para trabalho, mantendo sempre as origens, claro. Todas as músicas foram compostas por puro feeling, e um dos nossos medos era que não se percebessem certas passagens, felizmente nada disso aconteceu, ou seja todos os feelings foram captados na perfeição e isso foi excelente. A nível de estrutura também estamos muito satisfeitos, os posicionamentos das músicas e intros ficaram exactamente onde queríamos, fazendo uma lógica que potencia as mensagens que pretendemos transmitir em cada música e no EP em geral.


M.I. - Quanto à composição de "Melodic Thrashing Mayhem", os seus temas foram resultado da espontaneidade da banda, ou foram algo de muito pensado?

Foi na maioria espontâneo. Nós trabalhamos muito á base de feeling como referi antes. Acho que é uma das grandes qualidades que temos. Não somos propriamente músicos virtuosos, não nos baseamos em teoria. Os temas aparecem naturalmente, o que os torna, na nossa opinião, muito mais verdadeiros.


M.I. - Porquê a escolha de "Melodic Thrashing Mayhem" para nomear o EP?

[risos] Ok…isso foi bastante pensado… Nós temos a consciência de que existem bastantes diferenças de estilo musical no EP, no primeiro tema predomina o thrash\death e é mais directo e cru, nos outros temas existe muita melodia e, se calhar, um toque mais nórdico. Para nós faz sentido porque não gostamos de ter um estilo fixo associado, somos simplesmente metal em todas as suas vertentes, mas tínhamos algum receio que quem ouvisse pudesse achar incoerente e decidimos descrever a totalidade do EP nestas três palavras, se calhar de forma a reduzir o choque e assumir a nossa “poligamia” a nível de estilo.


M.I. - O vosso EP tem uma óptima produção. Quando voltarem a gravar pensam fazê-lo novamente nos Ultrasound Studios com o Daniel Cardoso e Pedro Mendes?

Sim, à partida será a nossa primeira opção, não só para assegurar a qualidade de produção mas também porque gostámos muito de trabalhar com o Daniel e o Pedro. Foi uma experiência muito divertida, além de serem excelentes pessoas, são muito profissionais, sinceros e directos e isso é essencial para um bom trabalho de estúdio.


M.I. - Quais são as maiores dificuldades que sentes como músico em Portugal?

Neste momento, acho que a maior dificuldade reside nos apoios para eventos e locais para tocar; já existem mais, mas não suficientes… Qualquer músico sente certas dificuldades em Portugal, mas essas dificuldades são redobradas se fores músico de metal, visto que temos um país ainda bastante atrasado a nível de mentalidade.


M.I. - O que pensas das condições que as bandas possuem tanto em termos de estúdios para gravar como em espaços para tocar, em relação à 12 anos atrás?

Acho que ouve uma grande evolução, principalmente a nível tecnológico.É só ouvir um álbum de há 12 anos atrás e um actual, a diferença de qualidade é enorme! E o mesmo se verifica ao vivo. Aliás acho que existem várias demos actuais com melhor qualidade de som do que alguns albuns antigos. Com isto não quero dizer que prefiro o som actual. Apesar da definição, acho que as produções mais recentes são bastante similares entre si o que em certos casos pode retirar personalidade. Antes cada banda tinha uma produção e som muito mais característicos. Era também mais difícil arranjar concertos e o pessoal em muitos locais do país esperava bastante tempo para ver um concerto de metal, quando isso acontecia mesmo que não existisse material suficiente havia sempre alguém que improvisava algo e as bandas tocavam, era o puro espírito! Situação que hoje em dia não acontece tanto. Existem mais bandas e um concerto de metal é muito mais banal o que cria muito mais oportunidades, e que faz que também existam mais locais para tocar e melhores condições.


M.I. - Com certeza que durante a tua carreira já viste bandas com boa qualidade a acabar. O que pensas que as bandas mais jovens podem fazer para ter a durabilidade que outras não tiveram no passado?

Basicamente é necessário ter uma grande paixão pela música (fazer uma banda só para engatar míudas e não pela música não costuma durar [risos] ), é preciso lutar muito. Ajudas há poucas pelo que é preciso trabalhar insistentemente, manter sempre uma atitude sincera, manter o antigo “True Metal Spirit”, algo que se vê menos hoje em dia. As bandas têm que se ajudar entre si e não criticar e competir negativamente. Por fim…divulgar ao máximo… e claro conhecer as pessoas certas…


M.I. - Quando os Biolence começaram, a internet ainda não existia enquanto meio de divulgação das bandas. Que importância dás hoje em dia à promoção das bandas no myspace, em webzines/blogs, em foruns, etc..?

A internet também ajudou bastante,. Antigamente não era tão fácil arranjar concertos; comunicar pelos correios ou por telefone fixo é bastante menos eficaz do que por e-mail ou telemóvel! [risos] O myspace e outras redes sociais foram, sem dúvida, uma excelente ajuda para os músicos.


M.I. - Vou-te fazer uma pergunta que ainda não fiz a nenhum dos outros entrevistados. Que álbuns tens andado a ouvir ultimamente?


Humm….bastantes…


Beneath the remains e Arise – SEPULTURA
Heartwork – CARCASS
Tales from the Thousand Lakes – AMORPHIS
Terminal Spirit Disease e Slaughter of the Soul – AT THE GATES
Suden Uni e Voimasta Ja Kunniasta- MOONSORROW
Tales Along this Road – KORPIKLAANI
Genocide – GENOCIDE
Tomb of the mutilated – CANNIBAL CORPSE
Twilight of the Thunder God – AMON AMARTH
Epitaph – NECROPHAGIST
Rust in Peace – MEGADETH
Damned in Black – IMMORTAL
The Principle of Evil Made Flesh – CRADLE OF FILTH
Anthology – OBITUARY Live in L.A. – DEATH
RxDxPx ao vivo em S.Paulo – RATOS DE PORÃO
Entre outros…



M.I. - Diz-nos algo para os visitantes do Metal Imperium para finalizar.


Pessoal, continuem a apoiar o metal, vão aos concertos, moshem (não tenham medo de se sujar), comprem os cds que é uma grande ajuda para as bandas. Sempre que precisarem de se actualizar relativamente ao mundo do metal visitem o METAL IMPERIUM que estão a fazer um excelente trabalho,. É isto que faz com que o movimento metaleiro cresça e seja cada vez mais divulgado!

E CLARO, ESPERAMOS VER-VOS NOS PRÓXIMOS BIO – CONCERTOS!!!

Até breve
STAY TRUE





Entrevista por Mário Rodrigues