
É caso para dizer que se é preciso 6 anos para comporem um álbum fantástico como este, podem demorar mais meia dúzia a compor o próximo pois ninguém se irá importar. Arrisco mesmo em dizer que seria impossível a banda escrever um trabalho tão forte e brilhante em apenas um ou dois anos.
Ouvir este álbum é como fazer uma viagem pelo desconhecido, tal é a complexidade e os diferentes ambientes e grandes momentos que contém. São 75 minutos de uma riqueza quase transcendental e em que os Orphaned Land se reafirmam como uma das mais originais e estimulantes bandas da actualidade. O grupo exibe grande mestria em misturar Folk Metal Oriental com melodias ditadas pelas guitarras e vários instrumentos étnicos, com a complexidade do Metal Progressivo, numa simbiose perfeita, aditiva e cheia de diversidade musical.
Kobi Fahri está aqui em grande destaque imprimindo muita variedade, desde a voz cantada, a guturais, narrações e cantos orientais. O trabalho de guitarras é excepcional principalmente o de Yossi Sassy, que ainda toca superiormente vários instrumentos orientais. Steven Wilson para além de ter feito uma grande produção neste álbum, ainda toca teclado, fazendo-se presente com grande mestria nos momentos certos. Ainda uma palavra para a vocalista convidada Shlomit Levi que com a sua belíssima e exótica voz, está presente em alguns temas, mostrando ser uma mais valia para o álbum.
Em relação à música em si todos os temas são muito bons, mas destacam-se alguns deles como: "Sapari", um tema fantástico, 'orelhudo', exótico e hipnotizante, com algum relevo para a voz de Shlomit Levi; "From Broken Vessels", um tema mais progressivo, complexo, com belas passagens vocais cantadas de Kobi Fahri a contra-balançar com outras partes guturais, sendo a segunda metade do tema fantástica; "The Warrior" é uma música épica, contendo um grande trabalho de teclado por parte de Steven Wilson, e Kobi Fahri a cantar com grande emoção, com grandes solos de guitarra por parte de Yossi Sassi durante 3 minutos até acabar de forma apoteótica; "Discilples Of The Sacred Oath" é uma música grande e progressiva, com 8 minutos de duração, com muito Folk Oriental numa mistura perfeita, sendo que na segunda parte Kobi aparece a cantar de uma forma fantástica num dos melhores momentos do álbum; "New Jerusalem", é mais uma faixa exótica e étnica, com a voz encantadora da vocalista Shlomit Levi a aparecer aqui mais uma vez em grande destaque; "Codeword: Uprising" é outro excelente tema sendo também o mais pesado do álbum, onde o vocalista mais usa a sua voz gutural.
Por tudo isto que foi dito, pode ser concluído que apesar de ainda à pouco tempo o ano ter começado, já aqui temos um álbum que certamente ocupará lugares elevados em grande parte das listas de melhores do ano da imprensa de peso.
Nota: 9.5/10

"The Never Ending Way Of ORwarriOR" track list:
Part I: Godfrey's Cordial – An ORphan's Life
01. Sapari
02. From Broken Vessels
03. Bereft In The Abyss
04. The Path Part 1 – Treading Through Darkness
05. The Path Part 2 – The Pilgrimage To Or Shalem

06. Olat Ha'tamid
Part II: Lips Acquire stains – The WarriOR Awakens
07. The Warrior
08. His Leaf Shall Not Wither
09. Disciples Of The Sacred Oath II
10. New Jerusalem
11. Vayehi Or
12. M I ?
Part III: Barakah – Enlightening The Cimmerian
13. Barakah
14. Codeword: uprising
15. In Thy Never Ending Way (Epilogue)
Review por Mário Rodrigues