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Entrevista a Coldfear


Foi com muito prazer que entrevistámos José Martins, vocalista da jovem banda de Melodic Death Metal Coldfear.
Formados em 2005 os Coldfear lançaram recentemente o seu EP de estreia "Decadence In The Heart Of Man", demonstrando muita qualidade na sua sonoridade.

Esta é, sem dúvida alguma, mais uma banda nacional a não perder de 'vista'.


M.I.- Apesar de já contarem com 4 anos de existência já lançaram uma demo e agora este EP. Que balanço fazes destes 4 anos?

Foi um balanço bastante positivo, quando paramos para olhar para trás conseguimos ver a nossa evolução e estamos satisfeitos por isso. A nossa forma de pensar e agir na altura em que gravamos a demo e a que temos neste momento mudou crucialmente, mas nada que não faça parte da evolução duma banda, provavelmente iremos dizer o mesmo daqui a 4 anos do dia de hoje.


M.I.- A meu ver nota-se perfeitamente a influência da escola Sueca no vosso som, no que ao Death Metal Melódico diz respeito.
Até que ponto concordas com esta afirmação?

É culpa dos nossos guitarristas e não há nada que eu possa dizer para o negar! (risos) É um facto que neste EP a escola Sueca é predominante embora não seja apenas isso, também temos algumas partes de "Death Metal à homem" como gostamos de lhes chamar. (risos) A nossa ideia nunca foi a de nos colarmos a tipo específico de som, mas sim criar uma identidade chamada Coldfear que agrega os gostos dos cinco. Posso dizer que as novas composições estão a tomar um rumo mais pesado, por culpa minha e do baterista (risos), mas mantendo o toque sueco. Penso que irá agradar os ouvintes!


M.I.- Nos últimos anos têm saído dos UltraSound Studios alguns dos melhores trabalhos no Metal Nacional. Porque escolheram os
UltraSound Studios e Daniel Cardoso para produtor?

Quando decidimos em que estúdio íamos gravar fomos comparando os trabalhos lançados por cada um deles e na altura achamos que a melhor opção eram mesmo os UltraSound Studios. Gostamos do que de lá saiu e ficou mais que claro que aquela era a nossa escolha.


M.I.- Como correu a experiência de estúdio?

Correu bem, foram 10 dias um pouco desgastastes devido às nossas vidas pessoais, mas depois de muito martelar e muito calão usado, conseguimos chegar ao produto final do qual estamos bastante satisfeitos!


M.I.- Augusto Peixoto fez um óptimo trabalho com o Artwork. Porquê a sua escolha?

Já o conhecíamos à algum tempo e estávamos familiarizados com o seu trabalho. Dentro do nosso leque de escolhas pareceu-nos o mais indicado, quanto mais não fosse por lhe podermos dar mais na cabeça até ele chegar ao resultado que queríamos! (risos) Ele fez um excelente trabalho com a capa do nosso EP e no que toca a isso as criticas têm sido sempre positivas, levando-nos a crer que foi de facto, um bom investimento.


M.I.- Fizeram um excelente EP com muito boas malhas, criando boas expectativas para o primeiro longa duração. Já têm planos para o álbum de estreia?

Antes de mais, muito obrigado! As críticas que temos recebido do EP têm sido positivas o que acabou por criar um óptimo bilhete de entrada para o álbum de estreia. Estamos a trabalhar para esse álbum e apesar de não termos datas definidas, a pressão é bastante superior à do EP pois não queremos desiludir e queremos mostrar o nosso real potencial numa estreia em longa duração.


M.I.- Penso que a vossa sonoridade vos dá a possibilidade de vários caminhos futuros. No próximo trabalho irão continuar na mesma linha do EP ou pensam introduzir novos elementos à vossa sonoridade?

Como mencionei anteriormente, não é a nossa ideia manter a linha do EP. Penso que faz parte da evolução duma banda explorar diferentes caminhos para a sua sonoridade e no nosso álbum de estreia vamos fazer isso mesmo. Estamos a explorar sonoridades essencialmente mais pesadas, mas mantendo a essência dos Coldfear que se pode ouvir no EP.


M.I.- Têm dado vários concertos de promoção do novo EP. Como é que têm corrido?

No geral têm corrido bastante bem. É espectacular ver cada vez mais pessoas a gostar daquilo que fazemos e a congratularem-nos por tal.


M.I.-Têm actuado bastante no Norte. Quando pensam vir promover "Decadence In The Heart Of Man" mais a Sul?

Pessoalmente penso nisso quase todos os dias! (risos) Nós queremos tocar em sítios onde nunca estivemos, essencialmente do centro do país para baixo. Contudo nem todos nós somos trabalhadores e as despesas envolvidas não são as mesmas. Conciliar agendas pessoais com factores monetários tende a ser difícil, especialmente quando fica longe de casa. Mas este ano vamos certamente passar por outras partes do país, pelo menos apontamos para isso. (risos)


M.I.- Quais foram foram os vocalistas que mais te influenciaram?

São alguns, mas se tivesse de escolher 3 seriam eles o Peter Dolving dos The Haunted, a forma como ele se expressa, tanto liricamente como vocalmente é qualquer coisa! Steven Wilson dos Porcupine Tree, essencialmente como músico, acho-o uma grande figura a admirar pela sua forma de agir e pensar e Joe Duplantier dos Gojira, admiro imenso a sua forma de pensamento e como ele vê o mundo, "From Mars to Sirius" é o melhor exemplo disso.


M.I.- Enquanto banda, que dificuldades sentem os Coldfear?

Como quase todas as bandas nacionais, dificuldades monetárias! (risos) Mas à parte disso, nem sempre é fácil organizar ou arranjar concertos, já tivemos uns quantos locais que nos negaram concertos devido ao nosso tipo de sonoridade, mas fora isso, até tem corrido relativamente bem, apesar da dita "crise"! (risos)


M.I.- Do Underground tem surgido bandas de grande qualidade. Que opinião tens acerca do Underground Nacional?

Penso que temos cada vez mais e melhores bandas aqui em Portugal. É pena de facto o mercado não ser suficientemente grande para pode escoar tudo, daí nem todas se safarem. Apesar disso o nível de qualidade é de louvar e acho que os apoios para este tipo de som deveriam ser maiores, pois estas bandas lá fora iriam certamente dar que falar.




Entrevista por Diana Fernandes