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Entrevista aos Revolution Within


Os Revolution Within lançaram o seu álbum de estreia no passado mês de Outubro e mostraram ser um dos valores emergentes do Metal Português, com este trabalho que se afirma como um dos melhores Nacionais lançados este ano. Falámos com Raça, o vocalista, que nos contou mais sobre a banda e sobre o CD "Collisions".



M.I.  - Conta-nos como a banda se formou?


A banda nasceu no início de 2005, quando eu e amigos de longa data (Faster, Matador, Sono e Prata) decidimos concretizar um desejo antigo: formar uma banda de Metal de originais.
O nosso primeiro concerto foi apenas em Outubro de 2005 mas desde esse momento começamos a efectuar concertos com alguma regularidade, e por cá andamos com a intenção de não parar tão cedo.
Da formação inicial saiu o Prata, que foi substituído por outro grande amigo nosso (Shaq).


M.I. - Como surgiu a oportunidade de assinarem pela Rastilho?

Quando concluímos a gravação do “Collision”, e por achar que o trabalho tinha ficado bastante bom, decidimos apresentar o álbum a editoras para ver qual seria a reacção destas. Por acaso apenas consultamos duas editoras, entre elas a Rastilho, e ambas mostraram interesse em editar o trabalho. Acabamos por escolher a Rastilho por diversos factores, entre os quais: é uma editora bastante competente e séria, é uma editora que está a começar a apostar no metal e por último, foi a editora que nos apresentou melhores condições.
Escusado será dizer o facto de termos uma editora com a dimensão da Rastilho a mostrar interesse é para nós motivo de orgulho e satisfação. Para nós é a melhor prova de que todo o nosso trabalho não foi em vão.


M.I. - As reacções do público ao álbum têm correspondido às vossas expectativas?

Estamos bastante satisfeitos com a reacção do público pois o disco tem sido vendido a bom ritmo. Em parte julgo que esta situação prende-se com o facto de termos obtido um excelente feedback das pessoas que já nos viram ao vivo. Por outro lado, como o álbum retrata fielmente aquilo que somos ao vivo e está a um bom preço, naturalmente a vontade de adquirir o trabalho aumenta.
Além disso, as críticas em revistas, blogs, fóruns, entre outros, têm sido bastante positivas, o que nos deixa satisfeitos.
Estamos ainda confiantes que quando o álbum seja colocado à venda na Alemanha e na Holanda o feedback seja positivo pois acreditamos imenso no nosso trabalho.


M.I. - Porquê a escolha do nome "Collision" para nomear o CD?

Tem um pouco a ver com o conteúdo lírico, ou seja, quando chegou à altura de decidirmos qual o título do álbum decidimos que teria de ser uma palavra forte e que definisse na perfeição o trabalho. Após várias hipóteses escolhemos “Collision” pois é um termo forte e directo.


M.I. - Descreve a vossa sonoridade, para quem ainda não conhece os Revolution Within.

Quando os Revolution Within surgiram nunca foi nossa intenção enveredar por um estilo definido e muito menos colarmo-nos a determinada sonoridade. As nossas músicas foram surgindo com alguma naturalidade e a dada altura rotularam-nos como sendo uma banda de thrash metal moderno. Esse será claramente o estilo que melhor nos define.
Não somos uma banda inovadora, é um facto, mas tentámos ter uma identidade própria, soar diferente das outras bandas do mesmo estilo.


M.I. - Conta-nos um pouco mais sobre o conteúdo lírico do álbum?

O disco retrata a nossa personalidade pelo que fala essencialmente de situações por nós vividas, por estados de espírito.
No disco também abordamos situações reais, como por exemplo a guerra que não leva a lado nenhum, a inveja e o egoísmo que fazem parte do nosso dia a dia, as relações mal sucedidas, as frustrações e confrontos pessoais, entre outras.
Julgo que quem se debruçar sobre o conteúdo lírico certamente se vai rever na maior parte do que é dito. O mundo é precisamente isso, uma constante colisão...


M.I. - A banda compôs tudo em conjunto ou teve algum principal compositor?

O processo de composição passa forçosamente por todos os elementos da banda sendo que, naturalmente, o esqueleto principal da música fica a cargo dos dois guitarristas e do baixista. É um deles que leva para o nosso local de ensaio o primeiro esboço e a partir daí, com a colaboração de todos, a musica começa a ganhar forma.
Quanto às letras, estas são criadas essencialmente por mim e por um dos guitarristas, mas obviamente pode haver opinião de qualquer outro elemento da banda.


M.I. - Vocês estão quase no início da vossa carreira e acabaram de lançar o primeiro álbum. O que achas das bandas novas quem têm aparecido no Metal Nacional nos últimos anos para além de vocês? Há alguma/s que aprecies em particular?

Existem muitas bandas que aprecio em Portugal. Considero-me um felizardo pois já partilhámos o palco e somos amigos de praticamente todas elas.
Se tiver que referir nomes de bandas que aprecio posso citar as seguintes: Pitch Black, Switchtense, Echidna, Coldfear, Final Mercy, EAK, Seven Stitches, Headstone, Hacksaw, The Ransack, Damnull, WEB, The Endgate e Angriff. Peço desculpa se faltou alguma banda. São muitas e é natural que me tenha esquecido de alguma...

M.I. - O que pensas do nosso Underground?

No nosso Underground têm surgido excelentes bandas com excelentes trabalhos! Hoje em dia as condições para as bandas tocarem melhoraram significativamente, desde os espaços para tocar aos próprios estúdios, o que acaba por influenciar positivamente o rendimento das bandas.


M.I. - O que achas que falta ao Metal Português?

Há poucas pessoas a ouvir metal em Portugal. Aliás, o metal em Portugal é um estilo menosprezado. As bandas têm feito os possíveis e os impossíveis para mudar a mentalidade das pessoas mas, naturalmente, isso demora o seu tempo. E sinceramente já se notam algumas melhorias...
Acho que o que faz mais falta ao metal português é precisamente um maior número de público. Quantas mais pessoas ouvirem metal, mais este será divulgado. A nossa cultura musical é muito limitada e restrita... mesmo entre os ouvintes de metal.


M.I. - O que pensas da internet como ferramenta de divulgação?

A internet é uma excelente forma de fazer chegar o nosso som às pessoas, mas por outro lado há o reverso da medalha pois como esta está disponível para todos existem (e bem) muitas bandas a fazerem a divulgação através deste meio. Acredito ainda que se não tocarmos boas músicas as pessoas não vão conseguir gostar de nós, por muita divulgação que seja feita.
Em resumo, temos que aproveitar o facto de existir internet mas não nos podemos acomodar por esse facto. Continuo a acreditar que as actuações ao vivo serão o melhor cartão de visita de uma banda.


M.I. - Qual foi, até à data, o momento mais especial da vossa carreira?

Felizmente já tivemos muitos momentos especiais, mas se tiver que destacar apenas um talvez seja o Concurso de Bandas que vencemos e que nos permitiu arranjar dinheiro para pagar a gravação do álbum. Foi um momento marcante para a banda sem dúvida!
Podia destacar ainda o concerto de apresentação do álbum, data que nunca mais esquecerei...


M.I. - O que podemos esperar dos Revolution Within em 2010?

Julgo que 2010 será um ano decisivo para a banda... Teremos de promover o mais e melhor possível o nosso álbum pelo que iremos dar bastantes concertos. Contámos ainda tocar em alguns dos grandes festivais nacionais e, quem sabe, darmos alguns concertos no estrangeiro.


M.I. - Quais são os objectivos que os Revolution Within pretendem alcançar?

Continuamos a ter os pés bem assentes no chão, contudo, obviamente temos alguns objectivos e que julgo não serem impossíveis de alcançar, nomeadamente queremos ser uma banda de referência no metal nacional e queremos ter algum reconhecimento fora de portas.
Outro dos objectivos passa por entrar novamente em estúdio para gravar o sucessor de “Collision”.
Vamos continuar a trabalhar e vamos aguardar para ver o que é que acontece...


M.I. - Diz-nos algo que queiras acrescentar para os vossos fãs e também para os visitantes da Metal Imperium.

Prometemos que a nossa postura será sempre a mesma. Continuaremos a fazer o nosso trabalho com prazer e de forma séria, humilde e descontraída. Pretendemos continuar a fazer o que considerámos ser boas músicas, que vão de encontro ao nosso e vosso agrado.
Finalmente o nosso muito obrigado às pessoas que vão contribuindo para que o “nosso” metal continue activo, nomeadamente às pessoas que vão aos concertos e adquirem os trabalhos das bandas e VOCÊS, que consultam estes excelentes pontos de promoção do metal português e também apoiam o movimento...

Já agora aproveito para efectuar um pequeno pedido. Se possível, apareçam num concerto nosso! Aposto que vão gostar e acima de tudo que vão passar um bom momento... Cheers!



Entrevista por Mário Rodrigues