Os Megadeth são uma banda de referência no Thrash Metal e no Metal no geral, dispensando grandes apresentações, assim como o seu líder Dave Mustaine, um dos melhores músicos e compositores que o estilo já teve. A banda Americana lançou grandes clássicos do Metal como “Peace Sells”, “Rust In Peace” e “Countdown To Destruction” nos anos 80 e inícios de 90 e tornou-se uma das grandes bandas do Thrash, uma das chamadas “Big Four” juntamente com os Metallica, Slayer e Anthrax.
E é este “Endgame” um clássico?
Comparativamente aos melhores álbuns da banda, este é inferior, mas se compararmos com qualquer CD deste ano no sub-género em que os Megadeth se inserem, vemos que este álbum é superior a todos. Mesmo no metal em geral, este é um dos melhores álbuns lançados em 2009 e certamente será citado em muitas listas de melhores do ano. Por isso segundo os padrões actuais, este álbum, sim , pode tornar-se um clássico, agora quem olhar apenas para os clássicos, poderá não o achar devido à fasquia colocada pelos próprios Megadeth no passado, ser alta. Mas uma coisa é inegável, é um grande álbum.
O trabalho das guitarras está fantástico, com Mustaine a 'sacar' grandes riffs e solos como há muito não se ouvia e com um grande contributo do novo e virtuoso guitarrista Chris Broderick , que toca a maior parte dos solos neste CD com grande brilhantismo. A inconfundível voz de Dave Mustaine está mais agressiva, o trabalho de bateria é bom e o baixo bem audível, também fruto da excelente produção de Andy Sneap.
O CD não tem músicas más ou medianas, todas são no mínimo boas, muito boas ou brilhantes, como certamente os futuros clássicos: a fantástica “This Day We Fight” que tem semelhanças com “Take No Prisioners”, a não menos brilhante “Head Crusher”, duas músicas de ritmo elevado; e a grandiosa “Endgame”, o tema título onde ainda há espaço para revisitar um pouco de “Hangar 18” na parte final. Também grandes músicas mas um pouco inferiores temos a 'orelhuda' “44 minutes”, uma música mais a meio tempo com um grande espectáculo de solos de guitarra e um refrão viciante; a frenética “1,320” que tem um início a fazer lembrar “502” de “So Far, So Good, So What!”. Grande tema é também a introdução do álbum, o instrumental “Dialectic Chaos”, com um fantástico trabalho de guitarra, que consegue prender o ouvinte, ao contrário da maior parte dos temas de introdução de álbuns. De referir que este é o primeiro tema instrumental de abertura que os Megadeth fizeram deste “Into The Lungs Of Hell”.
“Endgame” tem elementos de álbuns como “Countdown To Extintion”, “Rust In Peace”, “Youthanasia” e mesmo “So Far, So Good, So What”, o que se irá perceber durante audições atentas. Ficará certamente bem ao lado dos álbuns acima enunciadas, sendo uma grande adição à discografia do grupo. Este é um álbum para ouvir várias vezes e com grande satisfação, por que os Megadeth voltaram aos grandes trabalhos.
Altamente recomendado.
Nota: 9,2/10
“Endgame” Track List:
01.Dialectic Chaos
02. This Day We Fight!
03. 44 Minutes
04. 1,320
05. Bite The Hand That Feeds
06. Bodies Left Behind
07. Endgame
08. The Hardest Part Of Letting Go... Sealed With A Kiss
09. Headcrusher
10. How the Story Ends
11. The Right To Go Insane
Review por Mário Rodrigues